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Expectativas Maternas

Eu não amei assim que nasceu

Eu já ouvi de muitas mulheres que não sentiu todo o amor do mundo quando o filho nasceu. Geralmente a frase é um desabafo, dita com vergonha ou cautela pela mãe.
Falamos esse tipo de coisa para amiga muito íntima (que já teve filhos) e sussurrando… Pois junto com a frase vem a culpa. A culpa por não ter amado tão facilmente assim como muitas mulheres narram.
Isso é mais comum do que podemos imaginar! Afinal, o amor não é uma mágica instantânea e sim construído diariamente, dentro de uma relação.
A questão inicial que pretendo trazer para a reflexão hoje é essa cobrança social do amor de mãe ser infinito, incondicional, maior do mundo logo que ela pega seu bebê nos braços. Há uma grande romantização sobre o amor dos pais em geral, principalmente do amor materno.
Segundo a filósofa francesa Elisabeth Badinter, o amor materno é uma construção social histórica datada do século XVIII, na Europa. Anteriormente as mulheres delegavam as amas de leite a nutrição e os primeiros anos de cuidado com os bebês, estes, retornavam ao lar somente quando não usavam mais fraldas nem mamavam.
Isso significa que nem sempre todo esse amor de mãe existiu socialmente e sim, foi construído e dado importância em um período da história europeia. Gostaria de esclarecer que não estamos falando de instinto materno, algo ligado mais ao lado animal e físico da mulher: tentar proteger a cria, amamentar, alimentar e mantê-la viva, isso é comum da espécie dos animais (mamíferos) em geral.
Por essa razão, devemos entender que quando descobrimos a gestação e não sentimos o amor que todos falaram, quando nasce o seu filho e você não é tomada por todo amor do mundo materno, você não é uma aberração, uma péssima mãe.
Esse amor e vínculo, podem ser estimulados desde a gestação com conversas com a barriga, quando sentimos os primeiros chutes e começam as interações entre mãe e bebê, quando cantamos música para eles se acalmarem, mas o amor que irá florescer entre vocês vai vir com o tempo, com os cuidados diários, com os sorrisos, com as noites velando o sono do seu filho e não num piscar de olhos.
Por isso não se culpe, não se envergonhe, não se sinta mal… Repita para você “o amor é uma relação de construção e vamos fazer isso juntos!”.

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Crianças (a partir de 2 anos)

Óculos de sol para bebês e crianças

Mães e pais se preocupam muito em proteger a pele dos pequenos com protetores solares, mas costumam não dar a mesma importância para a proteção dos olhos. 

Os olhos dos bebês são mais sensíveis que os dos adultos à radiação ultravioleta, por isso, eles devem usar óculos de sol para prevenir futuros problemas oculares.

É difícil medir o dano nos olhos, pois o cristalino dos bebês, que exerce a função de filtro, ainda não se desenvolveu por completo e, antes do primeiro ano de vida, deixa passar 90% da radiação UVA e 50% da UVB, chegando diretamente à retina, podendo provocar danos a curto e longo prazo. 

Daí a importância de proteger os olhos do bebê com óculos de sol e também com um chapéu ou boné com a viseira, que cubra a região da testa e dos olhos. Não é preciso que sempre que for à rua use tudo isso, mas é recomendável sim, quando for à praia (a areia reflete até quinze por cento da radiação solar) ou à montanha. 

A partir de qual idade podem usar óculos de sol?

Nas crianças, os especialistas recomendam usar óculos de sol a partir dos seis meses de vida. 

Poucas pessoas sabem sobre os efeitos nocivos dos raios de sol sobre os olhos dos pequenos. Tem efeitos cumulativos e podem provocar queimaduras solares, alterações agudas na córnea, lesões degenerativas e queimaduras agudas na retina, assim como patologias mais severas a longo prazo como cataratas, que é a primeira causa de cegueira reversível, e degeneração muscular associada a idade. 

Ainda com óculos de sol, é preciso atentar que as crianças nunca devem olhar diretamente pro sol e evitar, na medida do possível, a exposição no início da tarde, enquanto os bebês não devem se expor diretamente ao sol. 

Qual óculos escolher?

Na hora de escolher os óculos adequados, temos que seguir alguns conselhos pra fazer a compra adequada dos óculos de sol infantis.

  • Devem possuir filtro UV400, pois protege cerca de 98% das radiações dos raios UV.
  • Os materiais devem ser seguros, hipoalergênicos e resistentes. O ideal são armações flexíveis, como as de silicone.
  • Devem estar acompanhados de um manual do fabricante que identifique quem é o fabricante, a categoria do filtro solar, seu uso recomendado, como cuidá-los, etc…
  • Com filtro de proteção da categoria 3. Se for para a neve, a categoria é o 4.
  • Deve adaptar-se bem ao rosto do bebê, para evitar que os raios UV entre pelas laterais,
  • Com corda (ou tira) pra prender atrás da cabeça dos menores.

Então não se esqueça de fazer uma boa aquisição de óculos de sol para os pequenos, nem de usar neles. E no final, há tantos modelos lindos que acho difícil você não curtir comprar um bem fofo. 

Publicado originalmente em bebesymas.com

Tradução e adaptação livres:  Mãe Só Tem Uma.

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Crianças (a partir de 2 anos)

Não jogue fora o desenho do seu filho

Não jogue fora o desenho do seu filho!

Você já prestou atenção nos desenhos que seu filho faz?

A valorização da produção da criança é o ponto chave para estas perguntas.

O desenho que a criança faz, é a sua produção. Para que fique mais claro, podemos dizer que o desenho é o trabalho da criança.

Vamos exercitar um pouco da empatia?

Imagina que seu chefe lhe pediu um trabalho sobre a estatística de venda de um determinado produto. Você perde 2 horas fazendo o trabalho. Seu chefe lê e depois amassa e joga fora na lixeira ao lado e bem na sua frente. Não seria imensamente frustrante? Provavelmente passaria pela sua cabeça que o seu trabalho não estava bom o suficiente.  Com a criança é exatamente a mesma coisa.  Quando ela não recebe a devida atenção pela sua produção, ela fica desmotivada a produzir e aos poucos ela vai deixando de fazer não só os desenhos, mas consequentemente não exercita sua criatividade, sua espontaneidade, cria dificuldades para se expressar e valoriza os sentimentos de insegurança e baixo estima.  Vale lembrar também, que através do desenho é possível identificar por exemplo, situações graves como pedofilia, violência doméstica, bullying , morte, dificuldades no convívio familiar, entre outras coisas.

É preciso compreendermos que a criança quando desenha , expõe toda a sua emoção e vivência no que esta desenhando, é a forma que ela tem de se expressar, de se comunicar, expor sua opinião, mostrar o que sente, seus desejos, seus medos e suas alegrias. A criança tem a capacidade de expressar todo o seu “EU” de forma lúdica no desenho que ela faz. Isso significa dizer que devemos receber este desenho atentamente e valorizar o que ali está registrado.  Valorize o desenho na frente da criança.

-Evite comentários genéricos como “ que lindo” “ tá bonito esse desenho” “adorei”

– Faça comentários específicos, “Esse pássaro vermelho está engraçado, eu gostei” “Você usou todas as cores, ficou muito bonito”, “você esta desenhando cada dia melhor”

– Faça perguntas sobre o que a criança desenhou “o que você desenhou?” “porque você desenhou isto?” “Porque você esta triste/feliz  neste desenho?”

Lembre-se, a criança precisa ser ouvida, e ela quer ser ouvida! O desenho é o meio que ela tem de se comunicar com você.

Fica a Dica: Sabemos que é complicado guardar tanto papel e tanto desenho dos nossos filhos e que fatalmente eles precisam ser jogados fora. Evite ao máximo jogar fora na frente da criança, ou então converse com ela e diga que não há espaço para acumular tanto papel e peça para que ela separe só alguns para guardar. Converse, negocie!

Bianca Santiago é mãe e pedagoga, parceira do Blog.

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Expectativas Maternas

O que ninguém te contou sobre amamentação

Meu objetivo com esse texto, sendo psicóloga, é sair desse discurso do senso comum de dualidade de “certo e “errado” para ampliar o olhar para essa mulher e reforçar a certeza de que somos um ser integral, nem só biológico, nem só psicológico, nem só social.

Você e eu sabemos que o aleitamento materno tem diversos benefícios e que é o ideal para o bebê. Reduz a mortalidade infantil, infecções, protege contra alergias e estimula o vínculo entre a mãe e o recém-nascido. Mas você sabia que apesar de tantos benefícios, pesquisas indicam que apenas 40% das crianças no mundo recebem amamentação exclusiva no início da vida? (Unicef) E por que, mesmo havendo campanhas, tendo mais acesso à informação, esse índice ainda é tão baixo?

Porque apesar da amamentação ser considerada uma prática natural, ela é atravessada por muitas questões, que não andam sendo consideradas, inclusive nessas campanhas. A amamentação é determinada biologicamente, mas também emocional e culturalmente.

Amamentar é uma decisão da mãe que envolve:

– Sua história de vida: Noto que a experiencia da mãe da mãe, tem um impacto direto nas crenças e expectativas das mulheres com respeito a amamentação. Algumas ouviram das próprias mães que foi uma experiência maravilhosa, outras que foi difícil, que machucou, que o leite não sustentou, que não conseguiu. Essas informações que passaram a vida ouvindo, mais as experiências de outras pessoas significativas, mais o que se diz sobre o assunto culturalmente, vão fazendo essa mulher construir crenças que influenciam de forma direta seu comportamento com respeito a amamentação.

– Apoio: O apoio de profissionais no processo da amamentação é fundamental, pode fazer toda a diferença se ela conseguirá ou não amamentar. Ter informação anterior ao processo não é suficiente, pois podem surgir muitas dúvidas e situações não esperadas. 

– Condições físicas e emocionais dela e do bebê: Dependendo do estado de saúde da mãe, pode ser que a amamentação não seja recomendada. Seja pelo risco de passar algum tipo de doença para o bebê ou pelo uso de medicações necessárias.

– O valor social que é dado a amamentação: Como já citei, o olhar cultural para a amamentação também influencia muito essa decisão. Sabemos que nem sempre o aleitamento materno foi algo valorizado e estimulado como vem sendo hoje. No livro de Elizabeth Badinter, “O mito do amor materno”, demonstra que houve uma época em que amamentar era considerado algo irrelevante. Já que os bebês eram amamentados por amas de leite. Isso começa a mudar por uma questão social e econômica. Quando a mortalidade infantil começa a aumentar e impactar a economia é que começam a difundir a amamentação como algo valoroso.

– Questões psicológicas: São inúmeros motivos psicológicos e emocionais que podem impedir ou dificultar uma mulher de amamentar. Infelizmente, ainda hoje as questões ditas psicológicas, não só no que diz respeito a amamentação são vistas como “frescura” e com uma série de outros julgamentos. Muitas mulheres têm dificuldade de amamentar por vergonha, por não ter uma relação saudável com o próprio corpo, por receio das mudanças corporais que a amamentação pode trazer, por ter vivido abuso sexual. E como psicóloga e mãe, não considero nada disso frescura. Para cuidar dessas questões, precisamos aceitar que elas existem e que causam muito sofrimento a muitas mulheres.

Além disso, algo que noto ser muito comum são casos em que as mulheres não conseguem separar a maternidade da sexualidade. Vivem conflitos inconscientes no processo de amamentação. Não conseguem atribuir ao seio uma outra função a não ser a sexual. Amamentar para essa mulher é algo insuportável, porque associam a sucção do bebê, a exposição do seio, a uma estimulação erótica.

E a isso podemos atribuir a nossa cultura, já que aprendemos a associar a maternidade sempre com pureza e santidade. Como se, ao nos tornarmos mães, deixássemos de sermos mulheres.

São muitas as questões que envolvem a amamentação quando olhamos de uma forma ampla e cuidadosa. As campanhas generalistas que vejo hoje, só reforçam ainda mais o sofrimento das mães, que se culpam por “não conseguirem” realizar algo dito tão natural e ainda se sentem responsáveis pelas possíveis consequências que isso pode gerar para seus filhos.

 Além de consequências para saúde física, essas campanhas enfatizam o aleitamento materno como fundamental para a construção do vínculo mãe/bebê. E te convido a ampliar também essa questão. Winnicott, um teórico importantíssimo que pesquisou o vínculo mãe/bebê fala que a amamentação é sim uma via privilegiada para a construção desse vínculo, porque o aleitamento materno, o contato corporal com a mãe, se aproxima muito da necessidade do bebê da continuidade uterina (teoria exterogestação). Mas note, ele disse que essa é uma via privilegiada, não a única. Em seus estudos, ele observou que algumas mães mesmo sendo zelosas e cuidadosas tinham dificuldades com a amamentação. 

A qualidade do vínculo acontece para além do peito, em alguns casos, quando amamentar é algo muito difícil para a mãe, o vínculo pode ficar mais comprometido, do que se ela optar por não amamentar. Segurar, tocar manipular, o olho no olho pode ser mais facilitador da intimidade entre mãe e bebê, do que em casos que essa mãe se sente obrigada a fazer isso.

Meu compromisso é acompanhar mães, levando em conta sua singularidade e suas possibilidades, porque sendo mães, tudo que menos precisamos é de mais geradores de culpa.

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Questão de saúde

Nutrição Materno infantil- os 1000 dias do bebê

Atualmente, os estudos sugerem que a nutrição no período da gestação (270 dias) e nos primeiros dois anos de vida (730 dias) podem determinar efeitos, a curto e em longo prazo, na saúde e no bem-estar das pessoas. Aproximadamente 80% dos nossos genes são influenciados por fatores ambientais como: medicamentos, estresse, infecções, exercícios e a nutrição.

Este período constitui uma janela de oportunidade para a construção de uma sociedade mais saudável, já que a alimentação balanceada nos primeiros mil dias de vida pode impactar profundamente no desenvolvimento neurocognitivo, crescimento otimizado e redução dos riscos de desenvolvimento de diversas doenças ao longo da vida. O crescimento mais significativo do cérebro acontece nessa fase.

As orientações de maior impacto na redução da mortalidade e do risco de doenças futuras consistem em alimentação equilibrada da mulher no período gestacional, aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses  de  idade  e  a  partir  daí  uma  alimentação  complementar   equilibrada. Nos primeiros mil dias podem ocorrer danos irreversíveis à saúde futura de uma criança, por isso as intervenções realizadas nesse período são de extrema importância.

Ainda na gestação, antes de nascer, a criança é sensível às modificações do gosto do líquido amniótico, conforme os alimentos consumidos pela mãe, já que as papilas gustativas estão presentes a partir da décima semana de gravidez. No aleitamento, é possível que a cor do leite materno e seu sabor se modifiquem também de acordo com a ingestão alimentar da mãe.

Quanto a Introdução Alimentar, ela deve ocorrer no tempo oportuno, em torno do sexto mês do bebê. Quando ela acontece precocemente o aleitamento materno exclusivo é descontinuado e pode haver ganho excessivo de peso ou desnutrição, dependendo do que passa a ser ofertado à criança. Além disso, pode haver desenvolvimento de alergias alimentares e déficit de vários nutrientes. Retardar a oferta também não é legal, especialmente quando isso é feito para evitar alergias alimentares que nesse caso podem se tornar até mais prevalentes.

Como então a nutricionista materno infantil pode ajudar as pessoas nesse período de ouro?

  1. Pré concepção – ajudando o casal a engravidar cuidando da saúde antes da concepção;
  2. Gestação – acompanhando a gestação para que ela ocorra de forma saudável, com um ganho de peso adequado e ingestão suficiente de nutrientes determinantes. Modificando os hábitos alimentares para que o bebê já vá conhecendo os sabores dos alimentos e seu crescimento e desenvolvimento intrautero seja otimizado. Indicando alimentos contraindicados para o momento;
  3. Amamentação – É um momento de grande demanda energética, logo, é importante recuperar o peso pré gestacional de forma saudável, sem radicalismos. Indicando, assim como na gestação, alimentos contraindicados e aqueles que não devem faltar na rotina. Muitas mulheres excluem uma variedade enorme de alimentos desnecessariamente e a nutricionista esclarece todos os mitos e crenças dessa fase;
  4. Introdução Alimentar – Momento crítico que, se iniciado de forma inadequada, pode gerar seletividade ou dificuldade alimentar, além de aumentar as chances para o desenvolvimento de doenças. Vários pontos são abordados como no acompanhamento: sinais de prontidão, tipos de abordagens e métodos, tipos de cortes, grupos alimentares, higienização, preparo, conservação, utensílios e alimentos contraindicados;
  5. Alimentação no 1º ano de vida – Continua inserida no período de ouro. Nesse momento novos grupos alimentares são introduzidos e destaca-se a importância da leitura de rótulo e das preparações caseiras. Indicação dos alimentos que continuam contraindicados e dicas para passar  pela mini adolescência de forma tranquila;
  6. Alimentação no 2º ano de vida – Reta final do período de ouro, mas tão importante quanto as outras etapas. Nesse momento, alimentos antes contraindicados, já não são mais. Porém, sua ingestão deve ser limitada e se a criança não teve uma boa relação com a comida até agora, dificilmente ela conduzirá a sua rotina de forma saudável.

            O acompanhamento nutricional precoce previne o aparecimento de diversas doenças e aumenta as chances de cura também. Dentre as doenças mais comuns nos dias atuais: obesidade, seletividade alimentar, hiperlipidemia, diabetes e hipertensão.

Gostaram das informações? Acharam relevantes?

Continue nos acompanhando nas redes sociais @nutriped e facebook/nutriped!

Anna Carolina Ghedini e Priscila La Marca

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Questão de saúde

6 maneiras de influenciar na autoestima do seu filho

A autoestima é a percepção que temos de nós mesmos. É o como nos vemos, e o quanto nos percebemos capaz de realizar. Ela é um fator importantíssimo para termos sucesso em todas as áreas da nossa vida. Por vezes, ela nos encoraja a lidar com desafios, a dizer não para coisas e pessoas que nos fazem mal e, principalmente, a ser um autosuporte diante dos erros e frustações.

Nós, pais, certamente desejamos que nossos filhos desenvolvam uma autoestima elevada. E, na maioria das vezes, pensamos estar contribuindo com esse processo por “fazer elogios”. Será mesmo? Qual é o nosso papel como pais nessa construção?

De fato, essa construção do nosso autoconceito começa a se desenvolver na infância, a partir da relação com os nossos pais ou de pessoas que tenham essa função. Quanto mais a criança se sentir amada, respeitada, confirmada em seus sentimentos, mas ela aprenderá a nutrir bons sentimentos em relação a si mesma, afinal, nesse primeiro momento “o como” ela se sente em relação ao ambiente será uma espécie de ressonância do que aprenderá sobre si mesma.

Eu tenho acompanhado muitas famílias ao longo desses 9 anos de clínica e posso arriscar algumas reflexões sobre o nosso papel enquanto pais nesta construção:

Estar atento ao que dizemos e como dizemos. A criança tem uma forma muito concreta de entender as coisas. Ela costuma aceitar como verdade absoluta o que é dito sobre ela. Isso ocorre porque as crianças têm um pensamento concreto e não conseguem entender algumas abstrações. Então, ao falar com as crianças precisamos ser objetivas e claras, entendendo que elas tomarão como verdade o que falamos sobre ela, inclusive as coisas que só falamos por estarmos cansada ou com raiva. Outro ponto é observar o que costumamos falar com certa frequência sobre a criança. Sabe aquela característica que estamos o tempo todo repetindo? (Ela é muito chata, ela é chorona, ela é boazinha e por aí vai…) Sim, isso reforça na criança a ideia de que ela precisa corresponder a isso, diminuindo as possibilidades dela experimentar ser outras coisas.

Tempo de qualidade. As crianças precisam de tempo com os pais e não é só aquela uma hora diária que “andam dizendo por aí ser suficiente, desde que você esteja inteiro”. Crianças precisam se sentirem cuidadas, se sentirem prioridade na vida dos pais, de presença de verdade, dentro das possibilidades e circunstâncias de cada família.

Encorajar. Ao invés de elogiar tudo o que a criança faz da forma que você gostaria, experimente mostrar a ela a sua capacidade. Ao invés de um “parabéns”, diga a ela “você conseguiu”. Não estou dizendo que não pode elogiar, mas quando nos limitamos a fazer isso, só estamos ensinando nossos filhos a ficarem condicionados a receber os parabéns do outro para se sentir confirmado. Já mostrando pra ele o que ele tem conseguido, fazendo ele perceber o processo que ele realizou para determinados resultados, encorajando-o, apoiando-o, você está ajudando a desenvolver confiança em suas capacidades.

Escolhas. Permita que ele faça escolhas. Claro que você irá fazendo isso conforme as possibilidades de cada idade. A minha filha de 3 anos, por exemplo, ainda não tem a capacidade de discernir qual roupa é mais adequada vestir em cada ocasião, então para exercitar a escolha, eu sempre mostro algumas opões e permito que ela faça a escolha. Isso gera uma confirmação da personalidade que já está sendo construída.

Apoio. Apoiar a criança quando algo não sai bem, é muito importante. Acolher seus sentimentos quando ele ou ela não consegue fazer algo que gostaria ou quando não tira aquela nota que desejava. Conversar, pensar juntos no que poderia ter sido feito diferente para obter o resultado desejado. Tudo isso feito de forma acolhedora pode ensinar seu filho que os erros fazem parte do nosso desenvolvimento. É claro que, como tudo que desejamos ensinar para nossos filhos, precisamos acreditar e agir com coerência. Não adianta dizer para ele que os erros fazem parte da vida, que tudo bem tirar uma nota baixa, se quando você vivencia uma frustação, não costuma reagir bem. Talvez, no processo de ajudar o seu filho, você descubra muitas coisas a seu próprio respeito. Mas isso é conversa para outro artigo.

Você. Sim, sua própria autoestima é fundamental nesse processo. Você precisa ter um autoconceito equilibrado para ser capaz de ajudar seu filho nessa construção. Cuidar da saúde física, espiritual e emocional é fundamental.

Um autoconceito construído com bases fortes, pode até oscilar conforme as circunstâncias, mas sempre estará ali, acessível a nós.

Até a próxima!

Tatiana Queiroz é psicóloga de famílias e casais.

Instagram: @tatianaqueirozpsi

Facebook: https://www.facebook.com/tatiana.queiroz.564

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Festas!

Como abordar datas festivas com as crianças?

Olá famílias,

Hoje o assunto é “Datas festivas Religiosas”

Como devemos falar destas datas festivas com as crianças? Ao longo do ano passamos por Natal, Carnaval e em breve a Páscoa e a festa Junina. Essas festividades são de origem cristã, com base cultural e religiosa. No entanto, a mídia, nos impulsiona a acreditar que são datas necessárias a se presentear as pessoas e a cometermos excessos. Mas e a origem cultural? Os reais significados dessas datas, o porquê delas existirem, muitas das vezes, acabam ficando esquecidas lá no fundo do baú de presentes.

Indiferente à crença de cada um, o que eu indico é que antes de comprarmos um presente, fantasiarmos as crianças, dar um ovo de páscoa, procurar o coelhinho, ou “dançar uma quadrilha e vestir uma caipira”, sempre converse amplamente com a criança sobre toda a história dessas festividades.

Cada família é livre para comemorar como achar mais adequado, mas é bem verdade que esses momentos são celebrados de diferentes maneiras. Algumas famílias preferem viver o sentido mais profundo da festa, se unindo em orações e costumes voltados à religião, enquanto outras valorizam mais o marketing que existe em torno dela realizando festas recheadas de alegria, comidas típicas e presentes.

O importante para a criança, é que ela entenda o que estamos festejando, pois isso ajuda a criança a construir a sua identidade, a conhecer a sua cultura e a compreender melhor o mundo que a cerca.

Para facilitar este entendimento, convidem as crianças a pesquisarem sobre as origens dessas festas junto com vocês, conte a história dessas tradições. Seja em família ou na escola, esse pode ser um momento de despertar a criatividade e o interesse da criança para assuntos diferenciados. São momentos que podem vir juntos com muitas brincadeiras, histórias, criatividade, imaginação, ou seja, despertar desenvolver, usar e abusar de muita ludicidade e por fim desenvolver ainda mais o pimpolho.  

Como exemplo, você pode fazer como a cultura inicial da Páscoa em que se confeccionavam os ovos, pintando os ovos de galinha ou patos e os escondendo para que a criança achasse. Também é possível fazer um teatrinho com a história do nascimento de Jesus ou organizar um baile de máscaras lembrando os carnavais antigos. As possibilidades são muitas, as atividades podem ser das mais variadas, o que vale é a criança tomar conhecimento de sua cultura e de suas tradições.

Mãos à massa?

Bianca Santiago é pedagoga, mãe do Luan e escreve como parceira do Blog.

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Pé na estrada

Dicas para crianças nos parques da Disney

Hoje a nossa convidada aqui no Mãe Só Tem Uma é a Marcela Correa. Ela é professora de inglês, possui o canal no Youtube e Instagram “Aventura Orlando” e também promove viagens em grupo como guia Disney. Com vocês, Marcela!

“Uma das coisas que mais amo fazer é viajar! E desde que tive minha filha, Helena, que hoje tem 2 anos, tem sido um sonho para mim levá-la à Orlando. Esse sonho não era apenas por ela, mas por mim também que sou apaixonada pela cidade e há muitos anos não a visitava.

Um belo dia, uma oportunidade bateu à minha porta. Fui convidada a trabalhar com turismo, uma paixão antiga, e a fazer um treinamento para ser guia Disney. Aceitei na hora e junto com isso veio a oportunidade de criar um canal no Youtube e um perfil no Instagram. Além disso, precisaria fazer uma viagem de uma semana à Orlando. Foi hora de repensar nossas escolhas, e logo veio a pergunta: “Vamos levar Helena ou não?” Pensamos em TUDO que vocês possam imaginar. Nossa viagem seria em julho e muitos fatores desfavoreciam a ida dela – o forte calor, as grandes multidões no período de férias, a alta do dólar, o trabalho como guia, a documentação dela que não estava em dia – até que decidimos que ela ficaria em casa com minha mãe.

Confesso que foi uma decisão difícil, não apenas por ficar longe dela por 8 dias mas principalmente por ter sonhado tantas vezes com esse momento.

Durante a viagem o trabalho fluiu muito bem mas a verdade é que pensamos nela o tempo todo.. No nosso último dia na cidade estávamos no Magic Kingdom e decidi fazer um vídeo contando tudo sobre como levar uma criança para os parques em Orlando. Esse vídeo você confere logo aí embaixo.

Pensando nos principais itens, resolvi fazer uma listinha básica.

Carrinho: Esse é um item essencial! Mesmo que seu filho seja um pouquinho maior você vai ficar muito feliz por ter um carrinho durante sua viagem. Isso porque visitar Orlando é geralmente uma maratona. Todos ficam muito cansados e as crianças mais ainda. Você tem algumas opções: alugar um carrinho no parque, alugar um carrinho em uma empresa de Orlando mesmo, ou levar o seu daqui do Brasil. Se você decidir pela última opção, você pode levar seu carrinho até o momento do embarque no aeroporto, e ele não contará como uma bagagem.

 

 

Child swap: Esse é um benefício que está presente nos parques e você não pode deixar de aproveitar. Quando você entra em uma atração que seu filho não pode participar, ou não quer participar, você pode entrar em uma family room, um espaço reservado para as famílias que se revezam nos cuidados com a criança. Por exemplo, enquanto o pai está na atração a mãe está na family room com o filho, e quando o pai retorna, eles invertem os papéis. Dessa maneira, não precisam entrar na fila duas vezes.

 

 

 

Baby center: são espaços reservados para o cuidado com as crianças.

 

 

 

 

 

 

 

 

Agora voltando a nossa história…

Conclusão: voltamos para o Brasil e duas semanas depois decidimos deixar a opinião dos outros de lado e compramos nossas passagens para voltarmos à Orlando! E agora com ela, Helena, nosso bem mais precioso!

No final do ano embarcamos para mais uma Aventura Orlando! Se você quiser acompanhar nossa trajetória em mais uma viagem mágica, é só me seguir no insta: @aventuraorlando, e se inscrever no nosso canal no Youtube Aventura Orlando.

Bye bye, and see you in Orlando!

 

 

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Crianças (a partir de 2 anos)

Por que devemos evitar gritar com nossos filhos?

Vou começar meu texto de hoje lhe fazendo uma pergunta. Você sabe como a criança “aprende” a ser um adulto?

Uma das teorias de aprendizagem, nos diz que as crianças observam, absorvem e copiam. A criança está em constante aprendizagem, e vê no adulto uma fonte de exemplo e orientação a ser seguido.  Toda criança brinca de ser adulto, ela fica imaginando como deve ser “Ser um Adulto”, e por consequência ela aprende conosco o que deve ou não fazer. Que atitudes ela deve ter.  E é aí que começa a nossa responsabilidade em educar.  Afinal, se somos o exemplo, precisamos ser o melhor exemplo.

Comecei com este assunto para trazer algo ainda mais importante. A criança é o espelho do adulto que ela tem em casa e isso é algo tão importante a ponto de ela formar parte do próprio caráter de acordo com a educação que ela recebe.

Dentro desta lógica, te chamo para refletir junto comigo. Se você grita com a criança diversas vezes, o que será que ela está internalizando? Lembre-se que uma criança aprende por meio da observação. Então, quando você grita exigindo dela uma determinada postura, ela entende que é possível alcançar um objetivo por meio de gritos. A criança começa a reproduzir este comportamento no seu meio social, o que acarreta num círculo infinito de comportamento inadequado, se você grita com ela, ela grita com você, e isso não mudará nunca, a não ser que você mude a sua postura, e isso é só um dos problemas que se tem quando se grita com uma criança.

“A família é a primeira experiência de socialização das crianças. Quando você grita, ensina que o desrespeito, a falta de controle e o autoritarismo são atitudes corretas”

Cristina Lorga, psicóloga infantil do Instituto de Terapia Sistêmica.

A criança interpreta o grito como um ato agressivo, um momento de violência emocional. Na verdade, a criança paralisa ao ouvir o grito dos pais porque elas se assustam, sentem medo, ficam temerosas em ocorrer algo ainda mais agressivo após o grito. O grito dói na alma! Em crianças mais sensíveis, o grito dói mais do que uma palmada, machuca o coração. A criança sente-se atacada, humilhada, negligenciada, e até odiada por quem ela mais ama. Essas emoções chegam a ser tão intensas que as crianças podem guardá-las por muito tempo e ao longo dos anos desenvolverem sérias dificuldades de relacionamento familiar.

Ao invés de gritar, crie laços afetivos positivos. O ideal é estabelecer um diálogo amigável com a criança, mesmo que seja exaustivo, trabalhoso, mas é importante que se converse com a criança, explicando os motivos, dando lhe razões suficientes para que ela compreenda a situação. Não é necessário gritar com ela para impor limites. Limite não tem a ver com gritaria, tem a ver com respeito e diálogo aberto e sincero entre pais e filhos.

Mas como evitar os gritos que dou com meu filho?

1-      Planeje suas atitudes. Tente diversas técnicas de disciplinas, crie estratégias, observe os comportamentos e as respostas do seu filho e vai adequando de acordo com os momentos, a gravidade da situação e com o comportamento dele.

2-      Exerça a empatia. Coloque-se no lugar do seu filho que recebeu o grito. Admita que receber gritos e gritar com as pessoas, não é agradável, não é correto, e na maioria das vezes não gera um resultado positivo.

3-      Dê atenção ao seu filho. Pergunte e escute o que ele tem a dizer antes de gritar por ele ter agido de maneira errada.

4-      Saiba pedir desculpas. Os pais também erram e precisam reconhecer o seu erro, isso gera um conforto emocional, um vínculo de afeto e confiança entre você e seu filho que é capaz de suavizar muitos problemas ou até saná-los.

5-      Controle a sua raiva e cuide de você. Muitas vezes gritamos com nossos filhos simplesmente porque estamos esgotados, estressados, impacientes e acabamos descontando em quem está mais próximo.

Uma das coisas que venho observando com frequência em diversos momentos é sobre como as crianças estão perdendo a atenção dos seus pais. O mundo de hoje nos cobra demais, ficamos imersos em tantos afazeres, que por muitas vezes acabamos deixando a atenção aos nossos filhos em último lugar.  Vivemos numa rotina de muito trabalho, estudo, afazeres domésticos, preocupações de como sobreviveremos às dificuldades da vida e até mesmo a tecnologia.

Hoje as crianças disputam nossa atenção até com o celular. Somado a tudo isso, ainda temos que saber lidar com as questões familiares. Muito provavelmente em alguns momentos, você está tão assoberbado com suas questões que acaba gritando com seu filho diante da mínima desobediência dele. Já parou pra pensar que talvez ele esteja sendo desobediente porque ele quer chamar a sua atenção? Será que não está na hora de revermos nossa postura?  Espero que eu tenha ajudado e que tenha feito você refletir sobre as suas praticas do dia-a-dia!

Até breve!

 

 

 

 

 

 

 

 

Bianca S S Santiago

Pedagoga.

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Curso para casais grávidos

Toda mãe de primeira viagem deveria ler

Mamãe de primeira viagem, você já parou para pensar se tivesse acesso a algumas informações valiosas que você deveria saber sobre o seu bebê desde antes de nascer até os primeiros meses? Incluindo sobre a amamentação que é um momento tão delicado de descobertas e ajustes?

Você já parou para pensar que poderá passar pelo puerpério (pós nascimento do bebê) de forma mais tranquila sabendo quais são as possíveis mudanças que seu corpo, mente e emocional provavelmente terão? Que o seu marido/parceiro/companheiro também teria essas informações valiosas sobre todo esse momento delicado da vida de um casal que é a chegada de um bebê?

Nem sempre as mamães que passaram pela experiência de ter um bebê nos conta os detalhes sobre todas essas mudanças! E às vezes podem passar informações errôneas…

Pensando nisso tudo, eu e a minha amiga Aiga, pensamos em um curso de gestantes no formato de como nós gostaríamos que fosse quando estávamos grávidas e tivemos tantas dúvidas. Um curso com poucos casais para poder haver uma maior interação, um curso em que pudéssemos ser ouvidas, pudéssemos tirar dúvidas, sem vergonha de perguntar.

Um curso que abordasse o plano de parto, mala da maternidade, primeiros cuidados, amamentação, alimentação durante a gestação e na amamentação e puerpério. Juro que ninguém NUNCA me falou sobre o tal do puerpério, e eu sofri logo de cara com ele.

Por isso, planejamos algo através da nossa experiência e necessidade com muito carinho, esmero, estudo e convidamos as melhores profissionais do ramo da nutrição (Nutriped) e da psicologia, especializada em pós parto (Tatiana Queiroz) para compor nossa equipe!

O Curso de casais grávidos foi desenvolvido para passar o máximo de conteúdo, o que realmente é importante, em um dia de curso, que começa as 9h e termina as 16h, com 1h de intervalo para almoço. Além disso, temos sorteio com alguns mimos dos nossos parceiros que vocês irão adorar! O curso acontece na cidade do Rio de Janeiro.

Se interessou? Ficou curiosa para saber mais informações sobre o curso? Nos procure através do instragram @blogmaesotemuma ou nos envie um email: blogmaesotemuma@gmail.com, que iremos sanar todas as suas dúvidas. Não deixe passar essa ótima oportunidade de se preparar para a chegada do seu bebê tão amado e esperado.

 

Curso de Casais Grávidos Mãe Só Tem Uma

 

 

Com carinho,

Lilica e Nana.

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Crianças (a partir de 2 anos)

Não dê presentes ao seu filho

Olá, mamães e papais. Hoje vamos falar um pouco sobre consumismo!

Quando você dá presente pro seu filho(a)? O que você dá de presente a ele(a)? Será que dar presente é mesmo tão necessário?

Fim de ano chegando e junto com ele vem duas datas em que gastamos uma boa quantia em presentes para nossos filhos. Temos como tradição presenteá-los no dia das crianças e no Natal, ambas as datas tem grande apelo comercial.

Nesta época somos todos bombardeados por anúncios de diversos produtos para que compremos cada vez mais e mais! Mas já pensou quantos males isso pode fazer a você e ao seu filho? Vamos lá que vou apresentar algumas questões que vão ajudá-los a refletir.

Há algum um tempo atrás, as crianças não davam tanto valor aos bens materiais, elas brincavam de uma maneira diferente. Inventavam seus próprios brinquedos. Uma lata virava um tiro ao alvo, uma meia velha era uma bola, a imaginação voava alto. Eram muitas as brincadeiras que estimulavam a criatividade, a ludicidade e o corpo físico. As crianças mantinham-se em movimento o tempo todo quando brincavam, por exemplo, de pique, de bola, de bicicleta, patins, entre outras coisas.

E hoje? Como as nossas crianças brincam?

Elas estão dando um valor exagerado aos objetos, ao TER/POSSUIR brinquedos caros, industrializados, eletrônicos que as deixam paradas imersas num mundo tecnológico e virtual. São vídeo games, celulares, tablet, jogos on-line, redes sociais, vídeos na internet, desenhos animados em demasia, tudo despertando a criança para um mundo pouco criativo, e, cada vez mais, inerte (atualmente até o skate ganhou uma versão eletrônica que a criança não faz esforço para andar!).

Por tanto, o primeiro aspecto que destaco sobre o consumismo excessivo de brinquedos e eletrônicos é: como eles estão limitando a criança, tornando-as sedentárias e com pouca capacidade criativa, já que muitos dos brinquedos não induzem mais a ludicidade e a criatividade da criança?

A segunda questão igualmente importante é:  quanto esses brinquedos e eletrônicos custam ao nosso bolso? A maioria custa caro, muitos pais acabam contraindo dívidas ou fazendo compras parceladas para conseguir dar um presente de alto custo para o seu filho. Será que vale a pena você se endividar por conta de um brinquedo que provavelmente seu filho usará pouco? Lembre-se que crianças crescem rápido e perdem ou mudam o interesse pelas coisas rapidamente também.

A terceira e (em minha opinião) a mais importante: a aquisição de objetos não nos traz felicidade, não são eternos, não constroem memórias. Os momentos que vivenciamos são para sempre! Aquela viagem, aquela tarde na praia, aquele passeio de bicicleta, aquela ida ao cinema, ao parque de diversão, aquela brincadeira gostosa na cama dos pais num domingo de manhã. Tudo isso (esses momentos em família) é infinitamente mais importante na construção de valores para uma criança do que apenas um presente caro. A ausência dos pais NÃO será suprida com a aquisição de um objeto milionário! A convivência, a conversa, a participação, a amizade, o carinho, o respeito. Tudo contribui para uma relação sadia entre pais e filhos, para a criação de laços afetivos, para a construção de uma família unida e comprometida com a criação de um futuro adulto, saudável, responsável e com valores sustentáveis.

Quero deixar claro que meu objetivo hoje jamais foi proibir os pais de dar presentes aos seus filhos, mas que eles deem seus presentes de maneira mais conscientes, principalmente nessas datas festivas de apelo unicamente comercial e, lembrá-los que os momentos com seus filhos são muito mais importantes do que qualquer presente. Deixo a dica de que se quiser dar um presente de alto valor ao seu filho, faça com que a criança entenda que este objeto custa muito caro, de que não é fácil comprar, que é preciso cuidar, ter responsabilidade, e que acima de tudo ele precisa merecer tal presente, seja com boas notas na escola, tarefas em casa ou coisas semelhantes.

Precisamos criar em nossas crianças o entendimento de consumo responsável. E aí? Já trocou o “overboard” do seu filho por um bom passeio num fim de semana?

Até a próxima!
Bianca Santiago
Pedagoga

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Questão de saúde

“TIVE MUITA CÁRIE PORQUE TOMEI MUITO ANTIBIÓTICO NA INFÂNCIA”

A dentista Livia Mayer, parceira do blog, vem esclarecer um dos grandes mitos sociais relacionado a dentes. Eu me lembro bem de ter ouvido muito na infância e também quando adulta sobre antibiótico dar cáries e também manchar os dentes. Quando temos que tratar nossos pequenos ou mesmo nos tratar, ficamos naquela indecisão e insegurança em usar o remédio que o médico receitou. Você também tem essa dúvida? Então continua lendo a matéria pois a dra. Livia vai nos esclarecer sobre esse assunto.

Acho que todo dia um dentista ouve essa frase. As pessoas ainda têm o hábito de atribuir a quantidade de cárie ou a “fraqueza” dos dentes ao constante uso de antibióticos. Tanto na infância quanto na fase adulta.
Porém já se sabe que o antibiótico sozinho não é responsável pelos problemas bucais de ninguém.

O que acontece é que os antibióticos e outras medicações, especialmente os infantis, têm doses elevadas de açúcar para amenizar o gosto ruim e facilitar a administração. E como as doses são em intervalos de 8/8 ou 6/6 em grande parte deles, os pais acabam ficando com pena de acordar a criança para fazer a higiene após tomar o remédio.

Somente há um antibiótico, a tetraciclina, que pode sim manchar os dentes, se for administrado em grandes doses enquanto ocorre a formação dos dentes, ou seja, de 0 a 12 anos. Sendo assim, os pediatras já evitam indicar esse tipo de antibiótico nesta fase. Não há problema seu uso após esse período, pois não consegue mais afetar a formação do dente.
Então fica a dica. Se seu filho estiver tomando antibiótico, redobre os cuidados, escovando os dentes todas as vezes que possível após o remédio, para não ficar açúcar na boquinha dele ok?

Grande abraço.

Dra Livia Mayer

Endodontista Ortodontista CRO-RJ 32763

Graduada pela UFRJ/ Especialista em Endodontia pela UERJ/Especialista em Ortodontia pela INCO

Telefone: (21)3342-3931

Visite a página no facebook: Odonto White

 

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Questão de saúde

Bebês e crianças podem ser vegetarianas?

Uma pergunta frequente no consultório é: “Bebês e crianças podem ser vegetarianas?” E nossa resposta é: SIM, desde que sejam adequadamente acompanhados por uma nutricionista ou profissional capacitado.

Muitos estudos tem demonstrado que a alimentação vegetariana quando bem planejada é adequada em todas as fases da vida. Quando bem direcionada pode, inclusive, prevenir e tratar doenças, como câncer, diabetes mellitus, obesidade, pressão alta, dentre outras.

O vegetarianismo pode ser classificado da seguinte forma:

Ovolactovegetarianismo: indivíduos que não consomem carne, mas ingerem ovos, leite e seus derivados;

Ovovegetarianismo: indivíduos que consomem ovos, mas nenhum outro alimento de origem animal;

Lactovegetarianismo: indivíduos que consomem leite e seus derivados, mas nenhum outro alimento de origem animal;

Vegetarianismo estrito: indivíduos que não consomem nenhum alimento de origem animal.

Cada uma dessas classificações merece cuidados específicos, mas existem algumas atitudes que podem ser tomadas e que minimizam possíveis deficiências nutricionais em todos os casos.

Muitas famílias que já seguem essa filosofia de vida e querem passar para seus filhos esse caminho, se sentem inseguras por falta de informação. Então estamos aqui para esclarecer que é possível e dar algumas dicas de cuidados gerais:

  1. Ainda na gestação é importante que a mulher vegetariana seja acompanhada, sua alimentação cuidada e seja realizada a suplementação individualizada, porque já sabe-se que a gravidez faz parte dos 1000 dias de vida do bebê, período de ouro para o desenvolvimento e crescimento da criança, sendo assim, qualquer falha nesse momento pode determinar consequências para o resto da vida da criança;
  2. Realizar, sempre que possível, a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida do bebê. O leite materno é capaz de suprir todas as necessidades nutricionais do bebê

até essa idade, sendo importante complementar após esse período somente. Nesse

momento é importante seguir com o acompanhamento nutricional da nutriz;

  1. Se a família tem o hábito de consumir alimentos integrais, alterne nesse início da introdução alimentar os brancos e os integrais para o bebê. O excesso de fibras naalimentação pode prejudicar a absorção de alguns nutrientes;
  2. Inclua leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão de bico) 2x ao dia, no almoço e no jantar (quando a criança já realizar essa refeição), pois são alimentos que irãofornecer proteínas de origem vegetal para o bebê, além de ferro;
  3. Deixe as leguminosas imersas em água por pelo menos 12h antes do preparo,trocando de 2 a 3 vezes essa água e cozinhando com uma nova;
  4. Ofereça verduras verde escuras no almoço e jantar para fornecer mais aporte deferro para a criança;
  5. Ofereça uma fruta rica em vitamina C (acerola, caju, goiaba, laranja, carambola,maracujá, morango) após o almoço e o jantar para ajudar na absorção do ferro dasrefeições;
  6. Não dê leite de vaca e derivados, chás, mate e guaraná natural após o almoço ejantar. Além de sobremesas e doces com leite em sua composição. Lembrando que todos esses alimentos são CONTRAINDICADOS na Introdução Alimentar, independente da família ser vegetariana ou não!

Em geral, os bebês e crianças vegetarianos precisam de atenção nos mesmos aspectos da alimentação que aqueles não vegetarianos. No entanto, é preciso analisar individualmente a rotina alimentar da família e da criança e a necessidade de suplementação da mãe ou do próprio bebê.

Conforme a criança vai crescendo, ela vai precisando de um aporte maior de alguns nutrientes, então o ideal é que o profissional a acompanhe e vá analisando a necessidade de mudanças na alimentação e suplementação. Mas, SIM, é possível realizar uma introdução alimentar vegetariana.

 

Continue nos acompanhando nas redes sociais @nutriped e facebook/nutriped!

Anna Carolina Ghedini e Priscila La Marca

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Crianças (a partir de 2 anos)

Por que meu filho faz pirraça?

Visualize esta cena: Você está com seu filho em um ambiente público e ele começa a se jogar no chão, chorando, gritando simplesmente porque você não comprou determinada coisa para ele ou  sabe quando a criança se joga no chão, chora, grita, bate os pezinhos e atira os objetos longe?    Essa é a tão famosa BIRRA que faz a gente contar até mil e respirar fundo.

Já ouviu falar de “Terrible Two” ou Adolescência da Criança? Pois é isso! Este é um termo que foi criado para esta fase tão complicada da faixa etária de 1 ano e meio até cerca dos 4 anos de idade. Agora vamos lá! Chegou a hora de você compreender tudo o que acontece com os pequenos nessa fase que nos deixa de cabelo em pé.

Segundo Jean Piaget, teórico famoso da psicologia do desenvolvimento humano, as crianças começam o seu desenvolvimento desde seu nascimento e só o concluem quando atingem a fase adulta. Para isso, precisamos inicialmente compreender que o desenvolvimento humano se divide em 4 tipos.

1- Desenvolvimento Físico: refere-se únicamente a maturidade do corpo, como por exemplo, órgãos, sistema nervoso e atividades precisas do organismo humano como um todo, e que são responsáveis pelas habilidades de comer, sentar, engatinhar, ficar de pé, andar, pular ou correr. Habilidades estas que podemos citar como primitivas, pois são inerentes ao ser humano.

2- Desenvolvimento Social: quando a criança começa a interagir, a se fazer entender, a se comunicar e a trocar informações com os adultos ou outras crianças, possibilitando então o aprendizado de normas sociais, culturais e o convívio com outras pessoas.

3- Desenvolvimento Afetivo: é o desenvolvimento das emoções. Aqui a criança vai conhecendo sentimentos de amor, carinho, afeto, ciúmes, raiva, compaixão, entre outros. O ideal é que a criança sinta essas emoções desde o nascimento para que cresça saudavelmente e não tenha problemas afetivos no futuro.

4- Desenvolvimento Cognitivo: refere-se a capacidade do cérebro de receber informações, analisá-las e assimilá-las e por fim formar um conhecimento sobre o mundo. Isto tudo significa que todos esses processos como pensamento, raciocínio, memória, linguagem, atenção, resolução de problemas, entre outros, passam por maturação. O cérebro também precisa amadurecer e é daí que partimos para o entendimento de que a criança é imatura para compreensão das suas necessidades e não consegue, não sabe, não é capaz de controlar as suas emoções quando contrariadas ou frustradas.

Todos esses “desenvolvimentos” amadurecem conjuntamente conforme a criança vai crescendo, mas, vale afirmar que o desenvolvimento cognitivo junto com o afetivo, são os mais importantes para que possamos compreender o pensamento da criança durante a pirraça. Neste período, a criança vive em um mundo egocêntrico e imediatista, isso significa dizer que ela não compreende a necessidade do outro, ela só enxerga as suas necessidades e também não assimila o conceito espaço-tempo. Não podemos julgá-las por uma situação em que ela não tem capacidade de controlar, ela simplesmente não está pronta! O cérebro infantil não tem maturidade suficiente para entender as razões do mundo que a cerca.

Para que se compreenda melhor, podemos dizer que o cérebro ainda não faz as ligações corretas entre o emocional e o racional, eles estão em constante desequilíbrio nessa fase da vida. Na verdade, o cérebro ainda está aprendendo a fazer essas ligações. Junto a isso, soma-se outro agravante, que é a dificuldade de se comunicar. Uma criança até 4 anos, ainda está desenvolvendo a linguagem e por isso aprendendo a verbalizar o que sente. A dupla – pensamento/fala – não está desenvolvida o suficiente a ponto de se fazer entender, e, é por isso, que a criança tem dificuldade de externar seus sentimentos. Dentro de todo este quadro de imaturidade, onde nada está formado e funcionando perfeitamente, é como se de vez em quando o cérebro entrasse em curto, e esse curto é a pirraça, a birra que a gente tanto sofre quando acontece.

É importante ressaltar que esse amadurecimento leva um tempo e somos peças fundamentais para que ele ocorra, ou seja, somos responsáveis pelo amadurecimento e educação dos nossos pequenos, e, por isso, temos que ter uma dose extra de paciência durante essa fase. Não pense que só é difícil para vc. Para a criança também é, pois o tempo todo ela não se controla, não se compreende, passando por períodos cansativos de explosão que ela não consegue administrar, e é na hora de explosão que o adulto precisa fazer com que a criança entre em equilíbrio. E esse é fundamental para que a criança se desenvolva e amadureça todos os seus esquemas mentais.

Ok! Já entendemos que a criança não está pronta. Então, o que devemos fazer? Como agir? Qual o papel do adulto nisso tudo?

No momento da crise, somente o emocional está agindo, muitas vezes a criança não consegue nem falar e muito menos vai escutar o que você tem a dizer a ela. A primeira coisa a se fazer é acalmar a criança, fazer com que ela saia do choro e da raiva. Para isso, use outras armas, acesse outras áreas do cérebro para que tudo entre nos eixos novamente, assim a criança vai se acalmar, para depois vocês conversarem e, se necessário, repreendê-la pelo o que fez.

Vejamos algumas dicas.

– Chame a atenção da criança para outras atividades, comece a brincar, a correr, mostre algo que ela goste e chame atenção dela. Geralmente atividades físicas dão uma resposta rápida, intensa e positiva, pois transforma toda a reação química do cérebro, o que significa que provavelmente a criança ficará de bom humor rapidamente.

Diga que você a compreende, que sabe o quanto é difícil para ela entender tal situação.

Não a ignore, pois ela vai demorar mais para sair da crise, e provavelmente vai voltar a fazer outras vezes. Quando o adulto ignora a criança, ele está deixando de ajudar no seu desenvolvimento, ao mesmo tempo, a criança pode assimilar em seu inconsciente que aquele adulto não se importa com ela, não tem afeto por ela.  A tendência neste caso é a criança querer chamar mais atenção, e aí vem mais pirraça, mais crises descontroladas.

– Ao invés de brigar, colocar de castigo, gritar, bater, responder com rispidez, faça com que a criança se sinta acolhida. Este ainda não é o momento de repreendê-la. Agora o importante é trazer a criança a si novamente. Mostre a ela que você a compreende, dê um abraço, (Terapia do Abraço) traga emoções positivas ao invés de reforçar as negativas. Claro que isso não é tão simples e nem sempre é eficaz. Mas vale tentar!

Eu sei que não é fácil, na verdade é muito tenso e não é como uma receita de bolo que se seguirmos fielmente dará certo, afinal, cada indivíduo é único e tem suas particularidades. Acalmar uma criança a beira de um colapso nervoso não é uma tarefa simples. Mas, seja paciente! Ainda temos uma segunda etapa.

Depois que a crise passar, que você perceber que a criança está calma e consegue assimilar o que você tem a dizer, mostre a ela que o que ela fez não foi correto, repreendendo-a. Agora é a hora de você mostrar o quanto ela errou por agir de tal forma. Faça com que a criança reflita sobre as suas atitudes.

Fale firme, com respeito e autoridade, mas não grite. Gritar só potencializará o estresse da criança e ela não vai identificar que está errada, afinal, você está fazendo a mesma coisa que ela.

Comece a conversar, estimule o diálogo.

Pergunte o que ela sentiu ou está sentindo. Nomeie os sentimentos juntos com ela. Você esta com raiva? Você está triste? Isso ajuda a você e a criança a compreenderem o motivo da birra e ainda estimula o desenvolvimento da linguagem da criança e a verbalização dos seus sentimentos.

Sempre explique o porquê. Faça explicações simples, mas nunca deixe sem uma explicação. “Não pode colocar o dedo na tomada porque vai machucar”, “ não pode tomar sorvete porque está na hora do almoço ou porque vai ficar resfriado” “não pode comprar tal brinquedo porque você já tem muitos outros.” Explicações como essas são simples e nem sempre verdadeiras, mas o importante é que a criança identifica um motivo que ela consegue compreender.

Não faça ameaças que você não irá cumprir, do tipo, “eu vou embora e não volto mais” isso só deixará a criança insegura e com medo, o que pode piorar a situação.

Não faça chantagens semelhantes a essa, “dou um pirulito se você parar de gritar”. Com esta atitude, ao invés de fazer com que a criança compreenda que errou, você estará ensinando a ela que com a pirraça ela consegue outras coisas. Isso é um erro grave na educação de uma criança, pois existe uma grande chance dela internalizar esse conceito de que só fará alguma coisa se levar alguma vantagem.

Diga que você a compreende, que sabe o quanto é difícil para ela entender tal situação e que estará ali para ajudar caso ela precise. Por exemplo, “Eu sei que você está chateado, mas eu não quero que você grite desse jeito, isso não é legal, eu vou pra sala e quando você estiver mais calmo conversamos”. Se for necessário, dê um tempo sozinho para criança, mas mostrando a ela que você esta está por perto, observe-a de longe sem que ela perceba sua presença, às vezes elas se acalmam melhor, e rapidamente voltam ao bom humor.

LEMBRE-SE! Você é o adulto e precisa sempre agir com a razão. Você é o responsável pelo desenvolvimento dessa criança e precisa fazer com que ela não só saia da crise de raiva, estresse e choro, mas também precisa educá-la fazendo com que ela perceba o quanto está errada agindo assim.

O fato de se compreender o que acontece com a criança nesta fase crítica, não significa que daremos uma educação permissiva a ela. A criança precisa de limites e sempre deve ser repreendida e corrigida quando faz algo incorreto e fora dos padrões aceitáveis de convivência e educação. É mostrando a ela o certo e o errado e dando-lhe limites que essa criança vai desenvolver, vai se educar, e assim vai conseguindo entender o mundo ao seu redor, criando as noções de certo e errado.

A criança está constantemente em aprendizagem. É uma aprendizagem contínua, um desenvolvimento desenfreado 24 horas por dia e é importante que esses limites sejam impostos as crianças desde cedo, é assim que ela aprende a viver em sociedade, em nosso mundo. É assim que ela se adapta à realidade ao seu redor, aprendendo a se virar sozinha, a resolver seus problemas e a superar as dificuldades. O papel do adulto neste processo é orientar a criança, conduzí-la ao desenvolvimento no objetivo de educá-la. As crianças são responsabilidades nossas. Estamos criando um futuro adulto.

 

Deixo aqui meus afagos pedagógicos aos leitores!

Bianca Santiago

Pedagoga e recém-mãe!

 

 

Fonte de pesquisa:

https://catraquinha.catracalivre.com.br/geral/cuidar/indicacao/como-a-ciencia-explica-a-birra-infantil/

https://super.abril.com.br/comportamento/a-ciencia-contra-a-birra/

https://minutosaudavel.com.br/desenvolvimento-infantil/

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71671979000300251

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Expectativas Maternas

Puerpério: tudo o que você precisa saber

O que você sabe sobre puerpério?

Provavelmente você já ouviu falar em puerpério, ou ao menos em pós-parto, como normalmente ele costuma ser chamado. Pode ser que você já tenha vivido na pele aqueles primeiros 40 dias da chegada de um bebê quando a mulher está se recuperando fisicamente da gravidez, com os hormônios à flor da pele, noites mal dormidas, amamentação e ainda procurando conhecer esse novo ser que chega desarrumando tudo. Acontece que, o puerpério não é só físico, ele também é emocional, e, portanto, muito mais complexo do que o pós-parto imediato. Até hoje eu não encontrei definição mais apropriada do que a do Psicólogo Alexandre Coimbra Amaral que definiu o puerpério como “Um mergulho na alma”. Essa definição retrata a profundidade e a complexidade vivenciada por uma mulher nesta fase da vida, que vai muito além do tempo dos ponteiros de um relógio. É uma vivência muito particular que pode durar, no mínimo, 2 anos.

Que vivências serão comuns nesta fase?

Em um primeiro momento já poderemos perceber que a realidade é bem diferente de tudo que imaginamos. Fantasiamos que iríamos nos sentir plenas o tempo todo e que saberíamos tudo que se passa com o nosso filho, além do que, amamentar seria incrível.

Porém, enquanto nos deparamos com os desafios em cada experiência, nos sentimos confusas, cansadas, tristes, o mundo só espera que estejamos prontas, que resolvamos tudo e coloquemos um sorriso no rosto. Afinal, ter um filho é uma benção, um presente. Não era isso que tanto queríamos? E é por isso que as mulheres têm vivenciado tanta solidão nesse processo. Não lhes é permitido viver esse mergulho com tudo o que ele proporciona, com o que tem de maravilhoso e o que ele tem de desafiador. *É muito importante esclarecer aqui, que não estamos falando de Depressão pós-parto. Todas essas vivências podem facilitar o surgimento da Depressão, mas dependerá de uma série de fatores: Predisposição genética, recursos internos, apoio emocional, por exemplo.

Outra vivência muito marcante é a mudança de identidade. De fato, a maternidade talvez seja a mudança mais profunda e transformadora na vida de uma mulher. A sensação pode ser de que não sabemos mais quem somos. E, ao mesmo tempo, fica aquele vazio por não sabermos ainda quem nos tornamos. Cada uma de nós, que nos permitirmos esse mergulho, aprenderemos a arte de nos reconstruir. Com base na nossa própria história familiar, repetindo ou negando, construiremos a nossa própria. A medida que já não seremos as mesmas, muitas coisas podem ficar para trás para dar lugar ao novo. Muda a nossa relação com o mundo, mudam os relacionamentos familiares, a relação com o parceiro (a), amigos, trabalho. Por isso que leva tempo, tempo para nomear essa nova mulher que nasce.

Como ajudar uma puérpera?

Às vezes, o que uma mulher no puerpério precisa é ficar na sua crisálida, assim como fazem as lagartas para se transformarem em borboletas. No puerpério imediato, que são os primeiros meses da chegada de um bebê, normalmente a própria mulher elege alguém para estar mais próximo, sua mãe ou alguém da família. Essa mulher precisa ser cuidada, e, a medida que isso acontecer, mais ela exercerá seu maternar de forma intensa e amorosa. Passados esses primeiros meses do puerpério imediato, ele continuará tendo presença marcante na vida dessa mulher. Através das dificuldades em conciliar as demandas de mãe com as de mulher, a dificuldade em nomear essa nova mulher ou a crise que costuma se instaurar na vida do casal. Então, quanto mais apoio, compreensão, escuta empática ela tiver, mais essa mulher terá a possibilidade de florescer através dessa experiência.

 

E por que vale a pena?

Nem sempre vai ser fácil trilhar esse caminho. Mas aprendi na minha experiência acompanhando mamães de pertinho e vivenciando a minha própria maternidade que nada na vida da gente acontece por acaso. Tudo o que passamos, entendo como sendo exatamente o que precisávamos para ser quem somos. E vivenciar a maternidade e seus desafios é também aprender a se reconstruir, se reinventar. O resultado disso é uma vida com muito mais sentido.

Tatiana Queiroz de A. Santos CRP 05/42047

Psicóloga. Terapeuta de casais e famílias. Formação em Psicologia Perinatal e Parental.

Apoia mulheres e casais a lidarem com as transformações, que ocorrem com a chegada dos filhos.

Fone: 21-99937-1468

E-mail: contato@tatianaqueirozpsi.com.br

Site: www.tatianaqueirozpsi.com.br