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Clampeamento oportuno do cordão umbilical

O cuidado imediato ao recém-nascido e nas primeiras horas de vida é extremamente importante. O Ministério da Saúde preconiza que haja o contato pele a pele entre mãe e o recém-nascido, aleitamento materno e clampeamento oportuno do cordão umbilical. Vou me ater sobre o clampeamento neste texto.

Após 9 meses em que o bebê esteve unido a mãe através da placenta, tudo o que ele recebeu de alimento e respiração o cordão umbilical foi o responsável.  Esse cordão que serviu de conexão entre gestante e bebê, no momento do nascimento, tem, em média, de 50 a 60cm de comprimento e aspecto gelatinoso ao toque. Após o nascimento, o recém-nascido passará a respirar utilizando seus pulmões e se alimentar pela boca idealmente pelo leite materno.

Parece algo simples essa despedida do cordão, né? Seria só chegar e cortá-lo, certo? Atualmente, a ciência já nos indica que seja realizado o “clampeamento oportuno”, ela significa o momento ideal para que o corte do cordão umbilical seja realizado. Novos estudos explicam que, bebês que têm seus cordões clampeados após o terceiro minuto de vida (quando param de pulsar), recebem a transferência da placenta entre 80 a 100 ml de sangue e que 90% desse montante oxigena o bebê inicialmente. Além disso, identificaram outros benefícios como aumento de níveis de hemoglobina, melhora dos estoques de ferros nos primeiros meses de vida e diminuição das taxas de hemorragia.

Não há um consenso exato sobre a recomendação do tempo exato para o clampeamento tardio do cordão.  A OMS recomenda após 1 minuto de vida (em bebês nascidos a termo ou prematuros que não tenham requerido ventilação), já a Academia Americana de Pediatria orienta o corte entre 30 – 60 segundos.  Já o Royal College of Obstetricians and Gynecologists também recomenda retardar o clampeamento do cordão umbilical para bebês saudáveis ​​a termo e prematuros por pelo menos 2 minutos após o nascimento. Já o Ministério da Saúde orienta que se aguarde entre 1 e 3 minutos após o nascimento.

Entretanto, o que se encontra na maioria dos hospitais é a prática de clampeamento imediato, ou

seja, logo após o nascimento ou até em 15 segundos. E as razões são muitas, como a pressa dos profissionais ou a falta de conhecimento sobre a recomendação ou o argumento que o clampeamento precoce do cordão umbilical previne icterícia e policitemia nos recém-nascidos, no entanto, esse posicionamento vem levantando críticas nos últimos anos.

Ou seja, em linhas gerais, o ideal é que se aguarde, no mínimo 30 segundo ou mais pra realizar o procedimento. E isso não precisa ser uma decisão do obstetra/ pediatra. Vocês, como pais, podem deixar claro suas escolhas no plano de parto de vocês e comunicam antes a equipe esse desejo.
Lembrando que a própria mãe pode cortar o cordão ou o acompanhante do parto (é sempre uma foto linda!).

Ah, não posso encerrar o texto sem lembrar a vocês sobre o mito da “circular de cordão” que muitas equipes de assistência alegam pra inviabilizar um parto normal. Caso queira saber mais, clique aqui.

Portal PEBMED: https://pebmed.com.br/acog-atualiza-recomendacao-sobre-clampeamento-do-cordao-umbilical/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext

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Questão de saúde

Lei Lucas – você conhece?

Entrou em vigor desde 04/10/2018, a Lei Lucas (13.722/18) que tem por objetivo proteger as crianças do ensino infantil e básico de possíveis acidentes corriqueiros em espaços escolares. Com isso, passa a ser obrigatório que os profissionais (professores e funcionários) de instituições de ensino (escolas públicas e privadas) e também espaços de recreação infantil tenham sua formação básica no atendimento de primeiros socorros aos estudantes.

A Lei Lucas tem origem a partir de uma luta da mãe do menino Lucas Begalli, de 10 anos, se engasgou com um pedaço de salsicha do cachorro-quente que comia em um passeio escolar e, por não ter recebido os primeiros socorros de forma rápida, acabou vindo a óbito por asfixia. Mesmo tendo sido transferido por uma UTI, ele sofreu 7 paradas cardíacas nas tentativas de ressuscitação.

Com isso, Alessandra Begalli (mãe de Lucas), encabeçou a causa de que na legislação brasileira houvesse a necessidade de que profissionais escolares estivessem treinados para prestar o socorro primário até que a equipe de socorro pudesse amparar e continuar o atendimento. Inicialmente, criou uma página no Facebook, realizou divulgação do caso até conseguir visibilidade pro caso se tornar uma lei.

Segundo a Lei Lucas, as instituições de ensino devem capacitar seus funcionários para noções básicas de primeiros socorros a cada 2 anos. Os locais que descumprirem a lei, são inicialmente notificados, podendo em caso de reincidência haver multa, cassação de alvará ou responsabilização patrimonial. A lei inclui também estar equipado para várias situações que podem se apresentar — principalmente as emergências como uma parada cardíaca – para agilizar o atendimento. Quando tratamos de primeiros socorros básicos, cada segundo pode ser muito decisivo para a sobrevivência do paciente.

Aqui ficam algumas técnicas de reanimação cardiorrespiratória em crianças menores de 1 ano.

– Verifique se ela responde. Em caso negativo, comece a reanimação enquanto pede para alguém entrar em contato com o atendimento médico (Samu).

– Coloque a criança deitada de imediatamente a reanimação. Coloque a criança deitada de costas em uma superfície dura e plana. Localize os mamilos da criança e coloque os três dedos do meio ao nível da linha que os une, elevando o primeiro dedo e utilizando a polpa dos outros dois dedos para comprimir o tórax.

– Faça pressão sobre o tórax da criança por 30 vezes se você estiver sozinho. Mantenha a pressão até que o socorro chegue.

Em casos de crianças maiores de 1 ano, a diferença será que a massagem cardíaca será aplicada de forma diferente.

Com a criança deitada de costas em uma superfície dura e plana, ajoelhe-se ao lado dela. Se o peito estiver coberto, descubra-o. Localize no peito da criança (entre os mamilos), um osso largo (esterno) que une as costelas. Escorregue os dedos (em direção ao estômago) até achar o final desse osso. Localizada essa ponta final do osso, meça dois dedos de largura, acima dele e, imediatamente acima desta medida, coloque a outra mão, apoiando somente a região inferior da palma da mão (junção com o punho).

Dependendo do tamanho da criança pode ser utilizada uma mão ou duas (uma sobreposta à outra). Afaste os dedos da mão das costelas da criança para evitar fraturas. Mantenha o braço esticado e faça pressão sobre o tórax da criança por 30 vezes. Alivie a pressão totalmente, sem perder o contato da mão com o peito da criança.

Reinicie o procedimento (que é chamado de Compressão torácica). Continue fazendo as compressões e ventilando o paciente até o socorro (SAMU) chegar. Essa técnica de reanimação cardiorrespiratória é igual para adultos.

E você sabe dizer se a instituição de ensino que seu filho estuda já preparou seus profissionais para uma eventual necessidade?

Já ouviu falar em Asfixia postural com os bebês recém-nascidos? Clique aqui e saiba mais.


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Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

Seio pequeno produz leite?

Quem nunca teve medo de amamentar porque tem seio pequeno? A verdade é que existe um mito muito grande em torno do tamanho dos seios na amamentação.

Muitas mulheres acreditam que não produzirão leite porque tem seios pequenos, quase sem volume, por exemplo. Principalmente porque pessoas dizem para a futura mãe ou recém mãe (já vi casos dentro da maternidade) que ela não terá leite suficiente para alimentar seu (ua) filho (a).

É obvio que isso desestimula a pessoa que as vezes já está tendo dificuldade de pega, de posição ou mesmo o bebê está se ajustando a amamentação passando pelo puerpério. Algumas mulheres relatam que é uma dor emocional horrível ouvir isso de profissionais da saúde que ao invés de desencorajar as mães, deveriam ao contrário, ensinar técnicas, falar coisas boas e positivas para essa recém mãe que também está aprendendo a amamentar.

Mas, ao entender a lógica do funcionamento da produção do leite, percebe-se que independentemente do tamanho do seu seio, você produzirá leite. Pois é, o tecido glandular quem produz leite e não o tecido adiposo (gordura) que dá contorno e volume na mama.

Sem contar que leite é fábrica e não estoque. Então se você estimula o seio colocando o seu bebê para mamar com frequência o corpo entenderá que precisa produzir mais para alimentar o bebê, tornando um ciclo vicioso bom, pois o corpo entenderá exatamente a quantidade de leite que o bebê está demandando.
Caso queira estimular além do que o bebê mamar, você pode fazer isso com uma bomba extratora de leite.

É claro que existem alguns casos de má formação mamária (hipoplasia) que a mulher terá mais dificuldade em produzir leite sim, mas são casos raros e devem ser muito bem analisados e estudados para se chegar a conclusão que aquela mãe não conseguirá produzir muito leite.

Não dá para “condenar” uma mulher olhando superficialmente o tamanho das mamas dela. Até por que os seios incham, aumentam de tamanho com a apojadura, então, o tamanho não será aquele da gestação ou do pós nascimento antes da “descida do leite”.

O que aconselhamos a todas vocês mulheres que estão tentando engravidar ou grávidas: ESTUDEM sobre o tema! Estudem sobre amamentação, como acontece o processo de produção do leite, sobre o colostro, sobre a apojadura, sobre as melhores posições para amamentar, sobre possíveis intercorrências (problemas).

 Pesquisem sobre todo o processo, como o bebê faz para extrair o leite do seio e tudo o que gira em torno dele, para que se alguém tentar te desencorajar com esses tipos de comentários negativos, você saiba que não é verdade e consiga contestar todos os argumentos sem fundamentos das pessoas despreparadas e sem noção que esbarram conosco.

Se é a sua vontade de amamentar e alimentar seu filho com o seu próprio leite busque informações e esteja cercada de pessoas que também irão te apoiar ao invés de te julgar e te botar para baixo, incentivando o uso de leite artificial ou de mamadeira.

É claro que o leite artificial salva vidas mas ele é o último recurso que usamos para resolver questões de dificuldades na amamentação. Uma mãe empoderada com informações e com apoio dentro da sua família, tende a ter maior êxito na amamentação mesmo que passe por alguns percalços

Se você deseja saber mais sobre amamentação clique aqui.

Você também pode se interessar por leite anterior e posterior. Leia a matéria aqui.

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Bebê na barriga

3 furadas do enxoval da mãe e do bebê

Quando estive gestante cai no erro de investir o meu orçamento em 3 peças bem desnecessárias (tanto no enxoval do meu filho quanto no meu). Mas já vou deixando as dicas por aqui para evitar que vocês caiam no mesmo erro.

Anotem aí:

Fujam das luvas – Eu sei que na hora de fazer o enxoval do bebê é certeza de que ele terá luvas. Inclusive elas aparecem na lista de itens que muitas maternidades pedem para se levar. Faz parte da nossa cultura. E talvez você tenha se espantado pelo fato dele não precisar usá-las. É isso mesmo!

As suas mãos geram a interação com o meio: desde a barriga da mamãe, os bebês as sugam, tocam em seu cordão umbilical, conhecem seu espaço através dela. A luva acaba se tornando uma barreira pra interação com o externo.

Tá, eu sei que você deve estar pensando: “mas a unha dele está grande e ele se arranha”. Neste caso, o ideal é manter as unhas cortadas (aham! Também concordo que é uma missão suuuper desafiadora no início).

Sempre tem aquela vó que diz que o bebê com a mão gelada e deve estar com frio. Em geral, as extremidades do bebê são realmente mais geladas (pés e mãos) mas não quer dizer que ele esteja sentindo frio. Elas ajudam a realizar regulação térmica. Para saber se o bebê realmente está com frio, use como referência as costas ou o peito de bebê. E se estiverem gelados, agasalhe mais ele. Agora, cuidado: nem roupas de mais, nem roupas de menos!

Eu posso ouvir você me perguntar: “mas eu vou viajar pra um local muito frio, nem assim posso usar luvas?”, vamos lá, neste caso o bom senso deve reinar. Se você está usando luvas pra você por conta do frio, o bebê também deve usar. Por que neste caso o contexto mudou.

Fujam da cintas – Quando estava gestante, cai na besteira de investir no meu enxoval numa peça que eu achava SUPER necessária, mas que na verdade não tem nenhuma indicação real de uso.

               Se tem uma peça no estilo “é cilada, Bino” é a cinta modeladora. Quer saber o porquê? Então, senta que lá vem a história:

  • É um item caro e que não tem comprovação de benefício (sim, eu sei que você vai dizer que dá a sensação de estar “segurando a barriga”), maaaaas….
  • Os seus órgãos levaram 9 meses trabalhando pra se modificarem de lugar pra comportar um bebê e, por isso, eles precisam ter a chance de trabalhar tudo de volta pros seus lugares anteriores, com isso, a cinta acaba prejudicando a musculatura abdominal de fazer o trabalho dela.
  • Além disso, ela não é confortável (quem já usou, sabe do que estou falando o aperto que é usar) e acaba atrapalhando o trabalho do seu diafragma na respiração.
  • E pra quem fizer cesariana e tiver cicatriz, a cinta pode atrapalhar a cicatrização porque abafa a região e gera uma pressão local.

Em nossos cursos, sempre orientamos as gestantes que optem por calcinha com a pala mais alta (estilo calcinha da vovó) porque gera mais conforto e evita a sensação de que tá tudo frouxo dentro da barriga.  A gente também recomenda a paciência pra esperar a natureza agir e permitir que o corpo trabalhe no tempo dele.

E por último, fujam do kit berço

Se tem um item que sempre gera polêmica sobre comprar depois que os pais adquirem o berço é o “famoso” kit berço. Eu sei que eles são super fofos, porque decoram combinando com o quartinho do bebê e dão a sensação de proteção pro bebê não se machucar nas grades, evitando que prendam as mãos ou os pés.

Só que, na prática, ele apresenta mais perigo do que segurança, porque ele pode gerar risco de sufocamento, pois protetores, babados, fitas (até os bichos de pelúcia) e almofadas proporcionam o risco da criança se sufocar com eles enquanto dorme ou se enroscar. Além disso, o bebê pode fazê-lo como trampolim pra pular do berço e ainda corre o risco de proporcionar uma série de alergias ou até mesmo problemas respiratórios, dependendo do tecido dos itens e do estado de saúde da criança.

A recomendação é a de que, por mais que seja bonito ter tantos enfeites, o berço de um bebê possua apenas um lençol e que tenha a superfície plana. Se estiver mais frio, agasalhe melhor o bebê para evitar o uso de cobertores, já que o bebê não tem habilidade motora nem força no pescoço suficientes (até os 3 primeiros meses) para sair de uma situação em que algo impeça sua respiração.

Caso queira proteger os braços e pernas do bebê, você pode usar uma tela de proteção. Em berços, menos é mais.

E aí, gostaram das dicas?

Pode ser que te interesse saber sobre dicas para o enxoval, clique aqui.

Se quiser ter dicas pra cuidar de um recém-nascido, cliquei aqui.

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Chegou ao mundo

Amamentação e álcool, é compatível?

Esse é um tema tabu e polêmico: a ingestão de álcool e a amamentação.
Por muito tempo já se acreditou que a mulher que amamenta não poderia beber nada de álcool mas atualmente os pesquisadores e médicos têm revisto essa ideia através de várias pesquisas científicas recentes.


Tanto a academia americana de pediatria quanto a sociedade brasileira de pediatria, afirmam que somente 2% do álcool ingerido pela mãe chega ao bebê através do leite materno. Isso porque o que a mulher ingere passa por uma transformação metabólica para virar leite, não é algo automático que passa diretamente para o leite.

Diferentemente do que acontece na gestação, o álcool que a mulher ingere é passado diretamente para o bebê que está em formação, por isso não existe dose segura.

Mas quando falamos em bebês que estão em amamentação, isso muda de figura. Estudos apontam que bebês acima de 3 meses são capazes de metabolizar o álcool ingerido em pequenas doses. Portanto, não é proibido a mãe ingerir álcool amamentando, mas ela deve ingerir pequenas quantidades de forma esporádica.

 
Através de pesquisas, os médicos orientam que a ingestão de álcool não deva passar de 0,5g de álcool por quilo do peso da mãe. Exemplo: se a mãe pesa 60kg, ela pode ingerir 60ml de destilado, 230ml de vinho ou 2 cervejas.


Se possível amamentar após 2 horas que ingeriu álcool para o nível de álcool no sangue não estar tão concentrado e ingerir água ajuda a expelir o álcool do organismo.
Observação importante: a mãe precisa estar bem fisicamente para dar conta de cuidar do bebê após a ingestão de álcool, mais um motivo para o consumo ser moderado e esporádico.

Se a mulher ingerir álcool o suficiente para perder seus sentidos, mesmo que não amamente na hora, é preciso que alguém seja responsável por esse bebê, pois o maior perigo aí não seria nem o nível de álcool no sangue, mas sim, se a mãe está apta a cuidar dele com os sentidos alterados por causa da bebida alcóolica em exagero. Então, o pai, a avó, a cuidadora, qualquer pessoa pode substituir essa mulher, caso ela não esteja em condições de cuidar do bebê no momento.

Gostamos de deixar claro isso, para que não recaia sobre a mulher a responsabilidade total sobre os cuidados da criança ou que se crie um grande tabu em torno da mulher que queira ingerir alguns copos de cerveja ou algumas taças de vinho em um evento.  

Afinal, já somos tão cobradas, limitadas, “castradas”, que os prazeres da mulher ficam sempre em terceiro plano. Então se tiver uma comemoração, vá se divertir sim, deixe tudo organizado com sua rede de apoio e quando voltar, poderá amamentar seu bebê tranquilamente caso esteja dentro da quantidade de álcool indicada para a quantidade de peso de cada mulher, conforme citado acima através de estudos.

Veja estudos sobre amamentação e o consumo de álcool, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/alcool-na-amamentacao-pode/

Talvez você se interesse por essa matéria também: http://www.maesotemuma.com.br/o-que-ninguem-te-contou-sobre-amamentacao/

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Expectativas Maternas

A minha vida parou depois que tive filho

Sim, puérpera, a sua vida parou. Tantos planos imaginando como seriam seus dias depois que o bebê nascesse e parece que nada se concretizou, né?

Para completar, você escorrega o dedo pela tela do celular e descobre que a vida de um tanto de gente está acontecendo. As fotos te mostram que outras mulheres “conseguem” fazer exercícios, ir à praia, ao cinema, levar as crianças sempre limpas e arrumadas pra ir ao parquinho, enquanto você se olha no espelho e se dá conta de que talvez nem se lembre quando foi que escovou o dente sem ser no modo automático e que, talvez, aquele coque na cabeça não tenha saído dali há pelo menos 1 semana.

Camisolas e pijamas estão sendo seu uniforme. O sutiã bege, molhado de leite, já se torna quase um membro do seu corpo. Ir ao banheiro com calma e tomar um banho sem ter alucinações de que ouviu o choro do bebê já se tornaram um luxo.

Me lembro de, nas vezes em que estava puérpera, pensar em qual era o sentido da vida senão: amamentar, trocar fralda, dar banho e botar pra dormir numa espiral infinita em que parece não vermos a luz do túnel nem tão cedo.

Além disso, você tem um bebê no colo que não para de chorar e enquanto tenta como uma investigadora do FBI desvendar o que quer dizer esse choro (a fralda tá trocada, banho tomado, ele já está alimentado e por nada, nadinha, é possível controlar esse som que já virou fundo musical há mais de 2 horas), a mente somada ao cansaço e a restrição de sono explode.

Às vezes a vontade é de entregar o bebê pra primeira pessoa que passar na frente. Eu sei, você só queria sumir um pouco, desaparecer. Tá pesado demais, né? Por alguns segundos você pensou, em silêncio “onde eu fui amarrar meu bode?”.

Tá, veio a culpa logo depois? Como, como é possível pensar em você sem a existência desse ser que apesar de tanto te demandar, você já ama mais que tudo. Você se arrepende na mesma hora desse pensamento e se pune por ter em algum momento permitido que essa ideia passasse na sua cabeça. Fica tranquila, eu não te julgo. Eu já estive 2x neste lugar e sim, sei que é desesperador ver que sua liberdade agora é controlada.

Sim, a sua vida deu uma pausa. Ela não acabou. Nos próximos dias ela será esse misto de quem sou eu com cadê aquela mulher antes de ser mãe. É nesta fase do puerpério, este momento em que a gente se perde pra se reconstruir, que a vida se torna um caos. Por isso é importante fazer uma pausa.

É porque na pausa é que a gente aproveita pra refletir sobre os novos passos, os novos caminhos que daremos pra ela. As amizades que ficaram, as amizades que surgiram. Os ombros que nos emprestaram pra secar nossas lágrimas.

Não se cobre, não se preocupe, está tudo no ritmo certo. Aproveite a pausa porque ela não volta mais. E eu te prometo que um dia você vai se orgulhar deste momento que viveu.

Dicas para cuidar do recém-nascido? Tem vídeo aqui.

Se quiser entender mais sobre o puerpério, clique aqui

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Expectativas Maternas Sem categoria

Não deixe o pai te ajudar!

Nas duas últimas décadas, temos reparado um movimento cada vez maior de mulheres que, ao contrário de sua antiga geração (mães, tias e avós) entendem que ao participarem igualmente no mercado de trabalho em comparação aos homens, estão ficando cada vez mais sobrecarregadas. Isso porque somada as suas carreiras, existem as demandas dos cuidados do lar, alimentação e, especialmente depois da chegada de um bebê, cuidados maiores e mais desgastantes com a criança.

Se você que está lendo também se encaixa neste cenário moderno, me diz: Seu marido/companheiro ajuda você com os afazeres de casa e com o bebê?

Se respondeu sim, eu tenho quase certeza de que você está sobrecarregada!

A maioria das mulheres reclama dizendo que ouvem muito a frase de que seu marido é um paizão porque ele troca as fraldas e ATÉ dá banho no bebê!”.

Mas o tempo passa e elas se dão conta de que nunca foram mãezonas porque cuidam bem dos seus filhos 24h por dia, amamentando, introduzindo comidas, lendo e pesquisando sobre a infância, reparando nas roupinhas que cabem ou não nos filhos e pensando em qual destino dará a elas quando ficarem pequenas. Ou mesmo porque estavam entendendo sobre a rotina do sono, a escolha da melhor escolinha, definindo qual vai ser o cardápio do dia seguinte e até se o presente pro aniversário do fulaninho já estava comprado.

Essas mulheres nunca ganharam medalha porque a casa estava organizada (na medida do possível), porque acordavam a cada 2/3h na madrugada, porque passavam pelo baby blues ou porque tinha o contato salvo da pediatra no telefone para os momentos de urgência.

Elas estão se dando conta de que muitas vezes seus companheiros, aqueles “paizões” as ajudam. Ajudar é assumir que a responsabilidade é sua, mas alguém se dispõe a dar uma mãozinha pra você, “quebrar o seu galho”.  Ajudar é aceitar uma migalha de tempo do outro.

Essas mães não querem pais que as ajudem. Afinal, quem ajuda é a vizinha, a amiga ou sua mãe, que de vez em quando te dá uma forcinha para você conseguir fazer algo.

Preferem um pai que divida as responsabilidades dos filhos com elas. Que saibam fazer a mochila pra escola, levar ao pediatra e cuidar (mesmo que não seja da maneira que idealizaram) da melhor forma possível de seus filhos.

Companheiros/pais que tenham autonomia pra ver que as unhas estão grandes e precisam ser cortadas, marcar o dia de cortar o cabelo, saber os aniversários que virão e preparem a lancheira de acordo com o que a rotina familiar estabeleceu antes. Ainda coloco um plus: que saibam identificar aonde está qualquer objeto na sua própria casa sem que nós, mulheres, tenhamos que ser seus personal gps.

Afinal, se elas conseguem dar conta de trabalhar, organizar o lar e cuidar dos pequenos, porque eles não seriam capazes também?

Quando existe a divisão de tarefas ninguém fica sobrecarregado e cansado demais. Por isso, pai não deve ajudar, e sim dividir as atividades.  Muitos relacionamentos melhoram quando a família combina as funções e tarefas de cada um, porque para de sobrecarregar apenas a mulher.

Sim, eu sei que vivemos numa cultura ainda de muito machismo estrutural e que os homens de hoje foram criados em um modelo cultural de uma mulher subserviente. Maaas, se nós tivemos que nos adaptar as mudanças, por que não eles também se ajustarem? E mais, por que não criar os filhos e filhas com esse novo olhar?

Agora me conta, e na sua casa? Como funciona a divisão de tarefas? É 50% – 50%?

Se quiser ler mais sobre rede de apoio, clique aqui.

A crise no relacionamento está aparecendo. Esse vídeo vai te ajudar. Clique aqui.

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Expectativas Maternas

Carta para a mãe que não amamentou

Querida mãe que acabou de parir e está na luta para amamentar, eu queria te dizer umas palavras, diferente do que a maioria das pessoas falam, eu queria te acolher nesse momento delicado.

A maioria das pessoas colocam na mulher a carga por não ter conseguido amamentar seu filho. Apesar de parecer algo fisiológico (afinal somos mamíferos), não é tão simples quanto parece a amamentação.  Primeiramente que a ideia da amamentação de um bebê por pelo menos seis meses e em livre demanda, exige que a família “compre” essa ideia junto com a recém mãe, pois ela precisará de apoio emocional e físico.

Tudo o que o pai não conseguir fazer em relação dar de mamar, o restante ele conseguirá estando presente, dando apoio emocional, físico, encorajando dessa mulher que está num momento frágil da sua vida.

O pai ou a rede de apoio da mulher, pode por o bebê para arrotar, trocar a fralda, pegar água para  a mulher, botar o bebê para dormir pós mamada. A mulher não precisa se sentir sozinha nessa jornada que muitas vezes se torna muito desafiadora.

Eu sei que você se preparou para esse momento mágico com seu filho(a) buscando informação, fazendo cursos, para tudo sair como o esperado e desejado. Mas nem sempre as coisas saem como planejamos, muitas vezes alguns acontecimentos independem de nós.

Eu queria te falar que se por algum motivo de força maior ou até mesmo de necessidade ou escolhas pessoais que fazemos para tentar sobreviver ao caos que é passar pelos primeiros dias com um bebê recém-nascido, NÃO se sinta culpada.

Nós, mães, fazemos de tudo o que está a nosso alcance, mas nem sempre conseguimos beirar a perfeição! Se você amamentou pouco, teve que complementar com leite artificial, sofreu alguma cirurgia de urgência que te impediu de amamentar, ficou doente ou qualquer outra situação que fez seus planos mudarem em relação a amamentação, calma. Nem tudo está perdido.

Podemos nos dar o momento de ficarmos tristes sim, pois nossos planos não foram alcançados mas tente não se culpar, por favor. Já carregamos tantas culpas ao longo dessa jornada que é a maternidade, então, se você puder tirar pelo menos essa culpa dos seus ombros, já irá te ajudar bastante.

Quando damos leite artificial a nossos filhos, por motivo de força maior, estamos dando amor também, estamos dando alimento que o fará ganhar peso, crescer e se desenvolver. Por isso, você está fazendo o melhor para ele(a) dentro das suas possibilidades e não, você não será menos mãe por isso. A sua jornada como mãe, conta com muitos outros fatores ao longo da vida do bebê do que somente a amamentação exclusiva no seio materno.

Tenha orgulho da sua jornada como mãe, por tudo o que você fez e faz pelo seu filho, deixando de lado a culpa que nos assombrar sempre que a palavra “amamentação” surgir. Você tentou, lutou, as vezes, por falta de informação foi levada a situações delicadas mas esteve sempre buscando o melhor para ele. Você não é menos mãe por isso!

Talvez esse texto te interesse: http://www.maesotemuma.com.br/primeiros-dias-da-amamentacao/

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Bebê – 0 a 12 meses

Primeiros dias da amamentação

As mães em geral têm muito receio da amamentação: de ouvir falar situações difíceis dos conhecidos, de não ter leite, de machucar…. Muitas nos procuram para fazer o curso de casais grávidos e gestantes focando mais nessa parte. O que é muito bom porque elas estão buscando informações para esse momento importante.

Para começar, apesar de amamentar parecer ser algo natural, nem sempre é simples e existem muitas informações confusas por aí. Na dúvida, sempre procure por uma consultora de amamentação para ajudar neste momento. Por isso trouxemos algumas dicas importantes para esse momento. Confira abaixo!

•             primeira vez amamentando: o que vai acontecer?

Na primeira vez, ainda não sairá o leite materno, mas sim o colostro. Sai pouco, no início vai dar saciedade por bastante tempo, porém depois de algumas horas o bebê começará a sentir mais fome e pode ser que ele queira mamar em um intervalo mais curto. Tente, se possível, amamentar o bebê assim que ele nascer.

•             posso oferecer o seio sempre que ele quiser?

Claro! O peitinho é sempre bem-vindo. Nas primeiras 24h de vida, o bebê dorme um pouco mais e pode ser mais difícil para vocês acordá-lo. Enquanto você tiver colostro, pode estimulá-lo a cada 3 ou 4 horas.  Mas se ele quiser mamar em menor intervalo, sem problemas. Depois, quando o leite descer, o bebê escolherá o seu próprio ritmo e você pode oferecer em livre demanda.

•             O que fazer quando as mamas estiverem duras?

Massagem e ordenha (manual ou na bomba). O leite materno é um filtrado do sangue, por isso, não se deve colocar compressas mornas, quentes ou frias. Isso porque o calor ajuda a vir mais sangue para as mamas e, assim, aumentar a produção do leite. E se colocar compressas geladas, as mamas que já estão com o leite “gelatinoso”, endurecerão e deixarão o leite mais preso nelas.

•             Como eu faço a massagem?

Deve ser feita em movimentos circulares, com as pontas dos dedos, sem deslizar os dedos sobre a mama. Primeiro, ao redor da aréola, depois ao redor do seio todo, como se fosse um alvo, do centro para fora. A massagem deve ser feita até a mama amolecer, e depois a ordenha. Mas a ordenha não pode ser feita por mais que 15 minutos, para não estimular a produção exagerada.

•             como saber se a pega está correta?

Quanto mais aréola tiver em contato com a língua, melhor será a mamada. O mamilo deve encostar no “céu da boca”. Para isso, encaixe o peito com o bico voltado pro nariz do bebê, em um movimento de nariz pra boca. O lábio inferior do bebê tem que ficar no limite da aréola e a boca deve estar com os lábios voltados para fora, a bochecha redonda, sem covinhas e a mamada sem barulhos.

•             E se aparecerem machucados?

A primeira coisa é corrigir a pega, pois se ela estiver errada, gera as lesões. Depois passe o seu próprio leite, pois além de hidratar e limpar, ele também cicatriza.

Você ir até um Banco de Leite Humano, obter ajuda gratuita ou contratar uma consultora de amamentação que irá até a sua casa.

Clique aqui para achar um banco de leite mais próximo de você! https://rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs

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Expectativas Maternas

Você sabe o que é rede de apoio?

“É preciso uma aldeia inteira para criar uma criança”, diz o provérbio antigo.

Essa frase está em alta, sendo resgatada por educadoras e pais quando pensam a criação de seus filhos, pois percebemos que em um mundo cada vez mais urbano, mais individualista, com famílias menores, os pais, principalmente as mães, estão cada vez mais sozinhas, com pouco apoio.

Como dar conta de tantas demandas do mundo moderno e ainda gerar, criar e educar filhos?

As mulheres atuais estudam, trabalham fora de casa (e dentro), viajam, tem outras funções além da maternidade. E mesmo que viva só para criar filhos, é um árduo trabalho que deveria ser dividido com mais pessoas da família, parentes, vizinhos, amigos. Antigamente as sociedades se configuravam dessa forma, um casal tinha filhos e a responsabilidade de auxiliar na educação eram de todos da família, não somente os genitores, mas viemos perdendo isso ao passo que os núcleos familiares estão cada vez mais ficando menores.

Estamos falando da rede de apoio. Uma rede que irá auxiliar uma família a criar seus filhos. Irá auxiliar porque tem laços, porque está disponível, porque entende que uma mão lava a outra e em algum momento a hora dessa mulher que ajuda pode chegar e ela terá com quem contar também.

Mas a descrição acima fica no mundo da imaginação quando comparamos com a realidade atual. É difícil ter rede de apoio na atualidade. Muitas vezes os parentes moram distantes, a mulher de licença maternidade fica isolada, não dá conta de tudo sozinha, não tem muitas pessoas que pode pedir auxílio.

Quando temos condições financeiras pagamos pessoas que irão nos ajudar com nossos filhos, mas quando não temos, a sobrecarga é inevitável. Mas nenhuma pessoa tem condições humanas de cuidar de uma criança sozinha e dar conta de todo o resto (cuidar da casa, lavar, cozinhar, limpar). A demanda cresce cada vez mais. A volta da mulher ao mercado de trabalho, seus anseios, planos.

Quando parimos, precisamos de apoio físico, emocional, braçal, alguém que chegue na nossa casa lavando a louça para nos ajudar, alguém que chegue com comida para nos alimentar, precisamos de um ombro amigo para nos escutar. Alguém que fique com o bebê por 30 minutos para a mãe descansar um pouco, tomar um banho ou fazer uma refeição quente sem ser interrompida.

Precisamos criar uma rede de apoio mesmo que ela não exista naturalmente.  Amigas, recém mães, parentes, familiares, babá, vizinhos, todas essas pessoas podem na auxiliar e nos ajudar…. Não podemos carregar esse fardo sozinha que é criar filhos em um mundo cada vez mais individualista, mais egoísta, onde cada um olha para suas demandas e vive isolado, angustiado, sozinho.

Se pensarmos que cada um pode fazer um pouco pelo outro e principalmente pelas mães que não tem apoio, o mundo seria um pouco menos frio e mais gentil. Empatia é uma palavra que está na moda e resume bem a ideia que trouxemos para cá hoje.

E vc, teve rede de apoio? É a rede de apoio de alguém?

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Expectativas Maternas

Carta às mulheres que não desejam filhos:

A maternidade sempre me pareceu compulsória. Parecia fazer parte da vida adulta da mulher. Após o casamento, virão os filhos. Mas a sociedade veio se transformando e junto com ela, as mulheres.

Quem disse que elas deveriam se casar? Nem todas se casam, nem todas  tem esse sonho, nem todas encontram pessoas legais para casarem.

Após os anos 60 do século XX , com a transformação do pensamento da mulher na sociedade ocidental, com a invenção da pílula e várias outras formas de se prevenir filhos, eles passaram a não ser tão compulsórios assim.

Muitas mulheres se casam e o casal não deseja filhos, muitas mulheres vivem outros sonhos e não desejam nem casamento, nem filhos, e está tudo bem. Pois estamos nos permitindo viver outros sonhos e outras realizações, ao invés de filhos.

A verdade toda é que eu só fui entender as mulheres que não desejam filhos depois que eu o tive. Sim, depois de passar por toda a dor e delícia da maternidade. E, sinceramente, não é para todas mesmo.

É uma mudança radical na vida da família, principalmente da mulher que vive um novo papel social mas ainda assim carrega praticamente sozinha o papel dos filhos. Vivemos numa sociedade em que a rede de apoio é cada vez menor, o casal cuida sozinho, e ainda recai mais para a mulher, pois esse papel lhe parece tão “natural”.

A mulher tem licença e se afasta do trabalho, por isso muitas vezes é mal vista. É a mulher que sente o incômodo de ter que retornar tão pouco tempo depois a trabalhar e deixar seu bebê tão pequeno e indefeso aos cuidados de outros (ou abdicar temporariamente da sua vida profissional), é a mulher que engravida, engorda, amamenta e é tão cobrada…

É a vida dela que passa por uma mudança de 180 graus, que faz nascer outra pessoa (mãe) depois dos filhos.

Por isso, não devemos cobrá-las, pois será muito mais as vidas delas que passarão por transformações. E tudo bem não querer ser mãe. Tudo bem não querer experimentar a maternidade, a sociedade enxerga que a mulher tem outros propósitos para a sua vida além de casar-se e ter filhos. Tornou-se de fato, uma escolha muito bem pensada, afinal, conseguimos prevenir, programar e planejar os filhos nos tempos atuais.  

Fazemos escolhas e por mais que tentemos explicar que apesar de todos perrengues tem a parte mais fofa e o amor do mundo, ela tem o direito de dizer não, sem ser julgada.

Por isso, venho trazer minha empatia a todas as mulheres que disseram não aos filhos e foram honestas consigo mesmas e, com eles, pois não estavam dispostas a se doarem, não dessa forma. A sinceridade é a melhor postura perante a si e aos outros. Se não estamos afim de abrir mão de muitas coisas em nossas vidas, melhor dizer não aos filhos, do que estes carregarem a “culpa” de terem transformado a vida dessa mulher para pior.

A vida tem tantas portas, a vida tem tantas possibilidades e a maternidade é só mais uma nas vidas das mulheres modernas que hoje tem minimamente o poder de escolha.

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Expectativas Maternas

Vc já não é a mesma , depois de ser mãe?

Puerpério nos seus aspectos emocionais causa uma desestruturação emocional na mãe (dúvidas, questionamentos) que culmina na perda de sua identidade. As mães costumam dizer que se sentem invisíveis, que não sentem que são elas mesmas.

Isso acontece por basicamente dois motivos :

  • Fusão emocional com o bebe- mãe e filho compartilham emoções, noque faz essa mulher perder seu equilíbrio emocional.
  • Ela perde seus espaços de identificação: sua vida muda em todos os aspectos. E ela se distancia ou muda a forma de se relacionar com seu ambiente.

Como fazer o caminho de volta ? Como se sentir você mesma novamente?

  • autoconhecimento: Busque se conhecer. Faça terapia. Leia sobre materialidade. Troque com outras mães. Todas essas experiências vão te ajudar a nomear o que você está vivendo, e a se apropriar da pessoa que você está se tornando.
  • Revisite sua história familiar: É ela que vai te ajudar a compreender muito das suas escolhas, e não escolhas. Enquanto não nos apropriamos da nossa história, nos tornaremos escravos dela, apenas repetindo padrões já estabelecidos. A terapia pode fazer um trabalho incrível nesse aspecto.
  • Rede de apoio: Construir uma rede para te apoiar a ir voltando aos poucos aos seus espaços de identificação. Não ache que você precisa dar conta de tudo sozinha. O preço a se pagar por isso, pode ser muito alto. Lembre-se: Enquanto mais ajuda mais autonomia você desenvolverá.
  • Voltar a fazer atividades que você gosta: experimentar novas atividades, revisitar antigos desejos, é momento de experimentar.
  • Se priorizar: Buscar reconstruir a possibilidade de um tempo só seu para ir voltando a se reconhecer.

Essa fase , possivelmente será a fase mais transformadora da sua vida. Não espere que um belo dia tudo volte ao normal, e que vc volte a ser quem era antes, isso não vai acontecer!

Maternidade é sinônimo de transformação. E se eu tivesse que te dar apenas um conselho, seria: Não se abandone pelo caminho! Antes da mãe , existe a mulher ! E é a mulher que sustenta a mãe .

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Questão de saúde

Racismo na infância

Quando falamos de criação positiva, neuro compatível entres outros, geralmente falamos sobre não agredir os nossos filhos e ter uma criação baseada no diálogo.

Mas esquecemos de retirar desse cardápio, uma agressão que mata um determinado tipo de criança todos os dias. Tanto a morte física quanto a morte psicológica. Que é o racismo. E esse tema embora seja muito discutido na esfera da adolescência e vida adulta, ainda é pouco disseminado quando falamos da infância.

O racismo é uma das piores agressões que uma pessoa pode sofrer. E os danos que ele pode causar no desenvolvimento de uma criança é o mesmo que uma violência física.

Lembro da primeira vez que fui com o cabelo cheio pra escola, minha mãe fez dois pompons para que eu tirasse a foto da turma. Todos os colegas riram de mim. E eu nunca mais quis usar aquele cabelo. Havia morrido ali a minha criança.

Aqueles risos foram fundamentais para meus problemas de autoestima na adolescência que perduram até hoje. Para aquelas crianças, o meu cabelo não era comum. Elas aprenderam aquilo: aprenderam na televisão, nas revistas, nos brinquedos e também com os pais.

Não adianta criar o filho na base do amor sem ensinar o respeito as diferenças.

Não adianta não ser racista sem ser antirracista. E como ser antirracista? Começando pelo básico. Mostrando o que a tv não mostra. Estudando sobre as diversas formas de racismo. Contando  histórias que contemplem a diversidade de pessoas no mundo. Comprando brinquedos que ajudem a criança a identificar as diferenças de cada indivíduo. Convivendo com pessoas negras.

Nenhuma criança nasce racista, mas do contrário também não. É seu dever parental ensinar.

Suellen Araújo – @suharaujo_ahmae

Mãe preta de dois, integrante do coletivo Mães Pretas Presentes e estudante de Marketing.

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Expectativas Maternas

Autocuidado na maternidade

Quando nasce um filho, nasce una mãe. E eu arrisco a dizer que na maior parte do tempo ela fica em último plano. Ok, faz parte, principalmente nos primeiros meses ( que o bebê requer maior atenção). Mas essa situação de “abandono” da mulher não pode existir por muito tempo.
Apesar de carregarmos culpa de olharmos para nós, para nossas necessidades enquanto mulher, acredito que essa ação se torna essencial para darmos conta da maternidade de forma saudável para nós e nossos filhos.
Às vezes ficamos tanto tempo em segundo plano que já não sabemos mais o que gostamos fazer, o que nos traz alegria sem ser programas com filhos. PRECISAMOS olhar para nós e buscarmos o que podemos fazer por nós enquanto mulher e que nos traz satisfação, felicidade e prazer. Todas nós temos essa necessidade, mesmo que esteja guardada lá no fundo do baú…
O autocuidado não é algo grandioso e demorado. Sabemos que muitas mulheres não tem rede de apoio, a realidade pode ser bem dura com algumas de nós. Pois bem, o auto cuidado pode ser algo que fazemos por nós em 5-10 min diários ou até mesmo algum tempo semanal que conseguimos na soneca da tarde dos filhos, acordando 20 min mais cedo e tomando um café com calma, ler notícias do dia, ler 30 min ou ver um capítulo de série a noite após o filho pegar no sono. São tantas coisas que podemos fazer por nós!
Se temos rede de apoio, podemos buscar terapia, um exercício físico, meditação. Tudo isso é um carinho na alma e que traz um retorno tão grande para nós como pessoa, mulher e mãe.
Acredito que estando em dia com nossas necessidades (minimamente que seja), construímos mais paciência na maternidade, somos mães mais leves, menos estressada e no limite diário das atribuições que temos.
Por isso se priorize, se olhe, se cuide, se acolha enquanto mãe e mulher que também existe por traz da pessoa que só cuida dos outros e se doa constantemente.

Autoria: Elis de Andrade

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Bebê na barriga

Dicas para fazer o enxoval

Tem alguém aí está perdido com o enxoval?

Quando você começa a pensar na quantidade e possibilidades de roupas, tamanhos, utensílios, acessórios, fica sem saber por onde começar.

Então, a nossa orientação é: faça conta de qual estação do ano seu bebê nascerá. A partir daí,  invista nas peças RN e P, segundo o clima.

Você não precisa comprar tudo de uma vez. Compre o que vai usar nos 3 primeiros meses, assim,  foca no que realmente precisa sem ter que fazer um investimento inicial grande.

Caso não se importe que seu filho use roupas usadas (e na maior parte das vezes semi-novas), busque grupo de desapegos ou brechós modernos, pois eles vendem muitas peças bem conservadas ou até mesmo sem uso.

Evite comprar por impulso. Às vezes, olhamos coisinhas tão lindas e quando vamos ver, compramos peças demais ou coisa inúteis. Um bom exemplo são os sapatos para os recém-nascidos. Os pés são tão sensíveis, pequenos e molinhos que muitas vezes não usamos as dezenas de sapatinhos que compramos ou ainda ganhamos.

Faça uma tabela com as quantidades que você achar necessário para cada item, assim não irá se perder e comprar coisas só porque achou bonitinho. Conforme for comprando vá colocando ok ao lado do item na tabela.

Invista em peças coringas, como bodys e calça de moletom. Macacões de plush são bons para o inverno, principalmente quando os bebês são bem pequenos.

Compre pelo menos 6 peças de cada tipo de roupa: body, calça, macacão. Meias também são bastante usadas no começo, já que sapatos não são quase usados.

Algo muito útil são as fraldas de pano, pano de boca e cueiros (pode comprar pelo menos 4 de cada um). Mantas só vale investir em mais de 2 se você morar em lugar frio.

Vestidos cheios de detalhes, jardineiras, saias, bermudas jeans, podem estar no guarda-roupa a partir do sexto mês, pois o bebê já senta e começam a passear mais também.

Roupa de banho também pode ser adquirida a partir do sexto mês de vida do bebê. Observem também que muitas vezes compramos numerações pequenas de algumas peças e, no final, nunca usamos.

Lembrando que todas essas dicas são genéricas, caso você queira agora mais específico para o seu bebê, entre em contato conosco por email (blogmaesotemuma@gmail.com), pois criamos uma lista de enxoval personalizado de acordo com a sua realidade, do seu orçamento familiar e das características famíliares.