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Questão de saúde

Alimentação Complementar: Expectativa X Realidade

O momento da Introdução Alimentar é único! Para os familiares e para as crianças, sem dúvida, é um momento que marca suas vidas.

Qual familiar não aguarda ansiosamente pela apresentação de novos alimentos ao seu filho? A EXPECTATIVA é enorme e pode vir acompanhada de felicidade, ansiedade ou até mesmo angústia: “Será que ele vai comer a quantidade adequada?”, “Será que ele vai aceitar bem os legumes?” “O que será que devo oferecer primeiro?”.

Ao chegar o grande dia, após a expectativa inicial, a REALIDADE aparece, que pode não ser a que os familiares esperam. Calma! Mesmo não sendo como o planejado em sua mente, seu filho pode estar no caminho certo e apenas respondendo ao que o seu corpo pede ou se adaptando a essa nova fase!

Para as crianças, tudo é novidade na alimentação complementar. Os talheres, o alimento, a mastigação, a postura, muita muita coisa! Então, pode ser que ao receber esse desafio ele demore um pouquinho a se adaptar! Ou não! Cada criança é única e possui sua individualidade.

Em termos de quantidade de alimentos, normalmente, a oferta é bem maior que a necessidade da criança. E o que acontece? A REALIDADE não se assemelha a EXPECTATIVA! Boa parte da quantidade colocada no prato permanece no prato, gerando frustração.

No início da alimentação complementar, a sua qualidade merece mais atenção. É importante que todos os grupos alimentares estejam na rotina da criança. E quanto a quantidade, mais uma vez, dependerá da individualidade da criança. Algumas comem várias colheradas e outras apenas meia colher de chá no começo.

“Mas meu filho coloca toda a comida para fora!”, “Ele não gostou muito da cenoura não!”. Os movimentos que a criança faz com a língua para mamar são diferentes dos feitos para comer os alimentos sólidos. Quando você acha que ela está cuspindo um alimento, ela pode somente estar ainda aprendendo a mudar esses movimentos.

Nunca desista de nenhum alimento! Você acha que provar uma vez o alimento é o suficiente para definir se ela gosta ou não dele? Pense em você e nas suas experiências! Você nunca deu uma nova chance para algum alimento ou preparação?!Permita essa nova chance ao seu filho. Ofereça minimamente de 8 a 15 vezes o mesmo alimento e, ainda sim, se ele não aceitar NÃO desista! Invista em um outro momento!

Evite comparações do seu filho com outras crianças, mas não deixe de trocar experiências! É importante SEMPRE acompanhar a curva de crescimento e desenvolvimento do seu bebê com um profissional qualificado. Além de esclarecer todas as dúvidas que surgirem, pois essa fase pode determinar a saúde dele hoje e no futuro. Os hábitos alimentares dele começaram a ser criados na barriga da mamãe, mas continuam e se enraizam nesse momento!

Anna Carolina Ghedini e Priscila La Marca

Nutriped

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Bebê – 0 a 12 meses

Introdução Alimentar – dicas essenciais

Amamentar é um ato que fornece o primeiro alimento ao bebê. O leite materno é completo por suprir as necessidades nutricionais do lactente, exclusivamente, até os seis meses de vida, além de proteger contra doenças e aumentar o vínculo entre a mãe e o filho.

O ideal é que o aleitamento materno ocorra exclusivamente até os seis meses da criança e que permaneça até os dois anos de vida, sendo complementado com outros alimentos nesse período. No entanto, em algumas situações, como retorno ao trabalho e uso de medicamentos específicos pode acontecer o desmame precoce.

Dessa forma, há a introdução de novos alimentos, que nesse momento, podem ser prejudiciais a criança. Essa oferta precoce de alimentos está relacionada a riscos de desnutrição ou obesidade, redução da absorção de nutrientes, além do aumento do número de diarréia e hospitalizações por doença respiratória.

O bebê, aos seis meses, apresenta postura ereta, maturidade fisiológica, reflexo lingual e excitação ao alimento. É fundamental que os familiares transmitam à criança carinho, afeto, calma e confiança nessa fase.

A adaptação varia de criança para criança, algumas aceitam os novos alimentos mais rápido outras demoram mais tempo. Essa diferença não deve ser motivo de ansiedade e angústia para a família. No primeiro momento, a quantidade que o bebê ingere pode ser pequena, ele sabe da sua saciedade e, portanto, deve – se cuidar especialmente da qualidade do que é ofertado e sua variedade, em comparação a quantidade.

Ao introduzir a alimentação complementar, quando ainda em aleitamento materno, os alimentos devem ser ofertados gradativamente. Deve-se dar preferência às frutas e legumes da estação, pois são mais nutritivos e saborosos. Às frutas não deve ser adicionada nenhum tipo de farinha ou açúcar e quanto à papa salgada deve conter todos os grupos alimentares. Nesse momento, a criança precisa conhecer o aroma, a cor e a textura de cada alimento.

A alimentação deve ser, desde o início, espessa, não sendo liquidificada ou peneirada. Isso garante a quantidade de energia que a criança precisa para ganhar peso. Os alimentos devem ser oferecidos com regularidade, mas sem horários rígidos para que a capacidade da criança de distinguir a sensação de fome não seja prejudicada.

Caso aconteça da criança recusar algum alimento é importante não desistir e oferecer novamente em outro momento o mesmo alimento. As chantagens ou trocas para a aceitação de qualquer alimento devem ser evitadas.

A partir da introdução dos alimentos complementares, a oferta de água torna-se indispensável. Não deve-se oferecer alimentos adicionados de açúcar, café, enlatados, embutidos, frituras, refrigerantes, sucos artificiais, balas, salgadinhos, biscoitos recheados, outros alimentos industrializados, conservas (palmito e picles) e mel.

Esses alimentos podem gerar ganho de peso excessivo e deficiência de alguns nutrientes, além de conter muita gordura, açúcar e sal, sendo considerados potentes causadores de doenças como hipertensão e diabetes, ainda na infância.

A criação de hábitos alimentares é iniciada ainda durante a gestação, continuando ao nascimento e na primeira infância, o que inclui o momento da introdução da alimentação complementar. A criança observa a rotina alimentar da família e se aproxima dela, sendo necessário dar o exemplo dentro de casa.

Inicie a alimentação complementar do seu filho de maneira consciente e com hábitos alimentares adequados para a idade. Cada criança possui sua individualidade, então, sempre que necessário, procure um profissional de saúde capacitado para tirar dúvidas e receber orientações apropriadas.

Priscilla La Marca e Anna Carolina Ghedini.

Nutricionistas da Nutriped

IMG-20160601-WA0029Se você quiser saber o relato da introdução alimentar do Antonio, filho da Lilica, clique aqui