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Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

Seio pequeno produz leite?

Quem nunca teve medo de amamentar porque tem seio pequeno? A verdade é que existe um mito muito grande em torno do tamanho dos seios na amamentação.

Muitas mulheres acreditam que não produzirão leite porque tem seios pequenos, quase sem volume, por exemplo. Principalmente porque pessoas dizem para a futura mãe ou recém mãe (já vi casos dentro da maternidade) que ela não terá leite suficiente para alimentar seu (ua) filho (a).

É obvio que isso desestimula a pessoa que as vezes já está tendo dificuldade de pega, de posição ou mesmo o bebê está se ajustando a amamentação passando pelo puerpério. Algumas mulheres relatam que é uma dor emocional horrível ouvir isso de profissionais da saúde que ao invés de desencorajar as mães, deveriam ao contrário, ensinar técnicas, falar coisas boas e positivas para essa recém mãe que também está aprendendo a amamentar.

Mas, ao entender a lógica do funcionamento da produção do leite, percebe-se que independentemente do tamanho do seu seio, você produzirá leite. Pois é, o tecido glandular quem produz leite e não o tecido adiposo (gordura) que dá contorno e volume na mama.

Sem contar que leite é fábrica e não estoque. Então se você estimula o seio colocando o seu bebê para mamar com frequência o corpo entenderá que precisa produzir mais para alimentar o bebê, tornando um ciclo vicioso bom, pois o corpo entenderá exatamente a quantidade de leite que o bebê está demandando.
Caso queira estimular além do que o bebê mamar, você pode fazer isso com uma bomba extratora de leite.

É claro que existem alguns casos de má formação mamária (hipoplasia) que a mulher terá mais dificuldade em produzir leite sim, mas são casos raros e devem ser muito bem analisados e estudados para se chegar a conclusão que aquela mãe não conseguirá produzir muito leite.

Não dá para “condenar” uma mulher olhando superficialmente o tamanho das mamas dela. Até por que os seios incham, aumentam de tamanho com a apojadura, então, o tamanho não será aquele da gestação ou do pós nascimento antes da “descida do leite”.

O que aconselhamos a todas vocês mulheres que estão tentando engravidar ou grávidas: ESTUDEM sobre o tema! Estudem sobre amamentação, como acontece o processo de produção do leite, sobre o colostro, sobre a apojadura, sobre as melhores posições para amamentar, sobre possíveis intercorrências (problemas).

 Pesquisem sobre todo o processo, como o bebê faz para extrair o leite do seio e tudo o que gira em torno dele, para que se alguém tentar te desencorajar com esses tipos de comentários negativos, você saiba que não é verdade e consiga contestar todos os argumentos sem fundamentos das pessoas despreparadas e sem noção que esbarram conosco.

Se é a sua vontade de amamentar e alimentar seu filho com o seu próprio leite busque informações e esteja cercada de pessoas que também irão te apoiar ao invés de te julgar e te botar para baixo, incentivando o uso de leite artificial ou de mamadeira.

É claro que o leite artificial salva vidas mas ele é o último recurso que usamos para resolver questões de dificuldades na amamentação. Uma mãe empoderada com informações e com apoio dentro da sua família, tende a ter maior êxito na amamentação mesmo que passe por alguns percalços

Se você deseja saber mais sobre amamentação clique aqui.

Você também pode se interessar por leite anterior e posterior. Leia a matéria aqui.

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Bebê na barriga

3 furadas do enxoval da mãe e do bebê

Quando estive gestante cai no erro de investir o meu orçamento em 3 peças bem desnecessárias (tanto no enxoval do meu filho quanto no meu). Mas já vou deixando as dicas por aqui para evitar que vocês caiam no mesmo erro.

Anotem aí:

Fujam das luvas – Eu sei que na hora de fazer o enxoval do bebê é certeza de que ele terá luvas. Inclusive elas aparecem na lista de itens que muitas maternidades pedem para se levar. Faz parte da nossa cultura. E talvez você tenha se espantado pelo fato dele não precisar usá-las. É isso mesmo!

As suas mãos geram a interação com o meio: desde a barriga da mamãe, os bebês as sugam, tocam em seu cordão umbilical, conhecem seu espaço através dela. A luva acaba se tornando uma barreira pra interação com o externo.

Tá, eu sei que você deve estar pensando: “mas a unha dele está grande e ele se arranha”. Neste caso, o ideal é manter as unhas cortadas (aham! Também concordo que é uma missão suuuper desafiadora no início).

Sempre tem aquela vó que diz que o bebê com a mão gelada e deve estar com frio. Em geral, as extremidades do bebê são realmente mais geladas (pés e mãos) mas não quer dizer que ele esteja sentindo frio. Elas ajudam a realizar regulação térmica. Para saber se o bebê realmente está com frio, use como referência as costas ou o peito de bebê. E se estiverem gelados, agasalhe mais ele. Agora, cuidado: nem roupas de mais, nem roupas de menos!

Eu posso ouvir você me perguntar: “mas eu vou viajar pra um local muito frio, nem assim posso usar luvas?”, vamos lá, neste caso o bom senso deve reinar. Se você está usando luvas pra você por conta do frio, o bebê também deve usar. Por que neste caso o contexto mudou.

Fujam da cintas – Quando estava gestante, cai na besteira de investir no meu enxoval numa peça que eu achava SUPER necessária, mas que na verdade não tem nenhuma indicação real de uso.

               Se tem uma peça no estilo “é cilada, Bino” é a cinta modeladora. Quer saber o porquê? Então, senta que lá vem a história:

  • É um item caro e que não tem comprovação de benefício (sim, eu sei que você vai dizer que dá a sensação de estar “segurando a barriga”), maaaaas….
  • Os seus órgãos levaram 9 meses trabalhando pra se modificarem de lugar pra comportar um bebê e, por isso, eles precisam ter a chance de trabalhar tudo de volta pros seus lugares anteriores, com isso, a cinta acaba prejudicando a musculatura abdominal de fazer o trabalho dela.
  • Além disso, ela não é confortável (quem já usou, sabe do que estou falando o aperto que é usar) e acaba atrapalhando o trabalho do seu diafragma na respiração.
  • E pra quem fizer cesariana e tiver cicatriz, a cinta pode atrapalhar a cicatrização porque abafa a região e gera uma pressão local.

Em nossos cursos, sempre orientamos as gestantes que optem por calcinha com a pala mais alta (estilo calcinha da vovó) porque gera mais conforto e evita a sensação de que tá tudo frouxo dentro da barriga.  A gente também recomenda a paciência pra esperar a natureza agir e permitir que o corpo trabalhe no tempo dele.

E por último, fujam do kit berço

Se tem um item que sempre gera polêmica sobre comprar depois que os pais adquirem o berço é o “famoso” kit berço. Eu sei que eles são super fofos, porque decoram combinando com o quartinho do bebê e dão a sensação de proteção pro bebê não se machucar nas grades, evitando que prendam as mãos ou os pés.

Só que, na prática, ele apresenta mais perigo do que segurança, porque ele pode gerar risco de sufocamento, pois protetores, babados, fitas (até os bichos de pelúcia) e almofadas proporcionam o risco da criança se sufocar com eles enquanto dorme ou se enroscar. Além disso, o bebê pode fazê-lo como trampolim pra pular do berço e ainda corre o risco de proporcionar uma série de alergias ou até mesmo problemas respiratórios, dependendo do tecido dos itens e do estado de saúde da criança.

A recomendação é a de que, por mais que seja bonito ter tantos enfeites, o berço de um bebê possua apenas um lençol e que tenha a superfície plana. Se estiver mais frio, agasalhe melhor o bebê para evitar o uso de cobertores, já que o bebê não tem habilidade motora nem força no pescoço suficientes (até os 3 primeiros meses) para sair de uma situação em que algo impeça sua respiração.

Caso queira proteger os braços e pernas do bebê, você pode usar uma tela de proteção. Em berços, menos é mais.

E aí, gostaram das dicas?

Pode ser que te interesse saber sobre dicas para o enxoval, clique aqui.

Se quiser ter dicas pra cuidar de um recém-nascido, cliquei aqui.

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Expectativas Maternas

A minha vida parou depois que tive filho

Sim, puérpera, a sua vida parou. Tantos planos imaginando como seriam seus dias depois que o bebê nascesse e parece que nada se concretizou, né?

Para completar, você escorrega o dedo pela tela do celular e descobre que a vida de um tanto de gente está acontecendo. As fotos te mostram que outras mulheres “conseguem” fazer exercícios, ir à praia, ao cinema, levar as crianças sempre limpas e arrumadas pra ir ao parquinho, enquanto você se olha no espelho e se dá conta de que talvez nem se lembre quando foi que escovou o dente sem ser no modo automático e que, talvez, aquele coque na cabeça não tenha saído dali há pelo menos 1 semana.

Camisolas e pijamas estão sendo seu uniforme. O sutiã bege, molhado de leite, já se torna quase um membro do seu corpo. Ir ao banheiro com calma e tomar um banho sem ter alucinações de que ouviu o choro do bebê já se tornaram um luxo.

Me lembro de, nas vezes em que estava puérpera, pensar em qual era o sentido da vida senão: amamentar, trocar fralda, dar banho e botar pra dormir numa espiral infinita em que parece não vermos a luz do túnel nem tão cedo.

Além disso, você tem um bebê no colo que não para de chorar e enquanto tenta como uma investigadora do FBI desvendar o que quer dizer esse choro (a fralda tá trocada, banho tomado, ele já está alimentado e por nada, nadinha, é possível controlar esse som que já virou fundo musical há mais de 2 horas), a mente somada ao cansaço e a restrição de sono explode.

Às vezes a vontade é de entregar o bebê pra primeira pessoa que passar na frente. Eu sei, você só queria sumir um pouco, desaparecer. Tá pesado demais, né? Por alguns segundos você pensou, em silêncio “onde eu fui amarrar meu bode?”.

Tá, veio a culpa logo depois? Como, como é possível pensar em você sem a existência desse ser que apesar de tanto te demandar, você já ama mais que tudo. Você se arrepende na mesma hora desse pensamento e se pune por ter em algum momento permitido que essa ideia passasse na sua cabeça. Fica tranquila, eu não te julgo. Eu já estive 2x neste lugar e sim, sei que é desesperador ver que sua liberdade agora é controlada.

Sim, a sua vida deu uma pausa. Ela não acabou. Nos próximos dias ela será esse misto de quem sou eu com cadê aquela mulher antes de ser mãe. É nesta fase do puerpério, este momento em que a gente se perde pra se reconstruir, que a vida se torna um caos. Por isso é importante fazer uma pausa.

É porque na pausa é que a gente aproveita pra refletir sobre os novos passos, os novos caminhos que daremos pra ela. As amizades que ficaram, as amizades que surgiram. Os ombros que nos emprestaram pra secar nossas lágrimas.

Não se cobre, não se preocupe, está tudo no ritmo certo. Aproveite a pausa porque ela não volta mais. E eu te prometo que um dia você vai se orgulhar deste momento que viveu.

Dicas para cuidar do recém-nascido? Tem vídeo aqui.

Se quiser entender mais sobre o puerpério, clique aqui

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Expectativas Maternas

Vc já não é a mesma , depois de ser mãe?

Puerpério nos seus aspectos emocionais causa uma desestruturação emocional na mãe (dúvidas, questionamentos) que culmina na perda de sua identidade. As mães costumam dizer que se sentem invisíveis, que não sentem que são elas mesmas.

Isso acontece por basicamente dois motivos :

  • Fusão emocional com o bebe- mãe e filho compartilham emoções, noque faz essa mulher perder seu equilíbrio emocional.
  • Ela perde seus espaços de identificação: sua vida muda em todos os aspectos. E ela se distancia ou muda a forma de se relacionar com seu ambiente.

Como fazer o caminho de volta ? Como se sentir você mesma novamente?

  • autoconhecimento: Busque se conhecer. Faça terapia. Leia sobre materialidade. Troque com outras mães. Todas essas experiências vão te ajudar a nomear o que você está vivendo, e a se apropriar da pessoa que você está se tornando.
  • Revisite sua história familiar: É ela que vai te ajudar a compreender muito das suas escolhas, e não escolhas. Enquanto não nos apropriamos da nossa história, nos tornaremos escravos dela, apenas repetindo padrões já estabelecidos. A terapia pode fazer um trabalho incrível nesse aspecto.
  • Rede de apoio: Construir uma rede para te apoiar a ir voltando aos poucos aos seus espaços de identificação. Não ache que você precisa dar conta de tudo sozinha. O preço a se pagar por isso, pode ser muito alto. Lembre-se: Enquanto mais ajuda mais autonomia você desenvolverá.
  • Voltar a fazer atividades que você gosta: experimentar novas atividades, revisitar antigos desejos, é momento de experimentar.
  • Se priorizar: Buscar reconstruir a possibilidade de um tempo só seu para ir voltando a se reconhecer.

Essa fase , possivelmente será a fase mais transformadora da sua vida. Não espere que um belo dia tudo volte ao normal, e que vc volte a ser quem era antes, isso não vai acontecer!

Maternidade é sinônimo de transformação. E se eu tivesse que te dar apenas um conselho, seria: Não se abandone pelo caminho! Antes da mãe , existe a mulher ! E é a mulher que sustenta a mãe .

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Curso para casais grávidos

Toda mãe de primeira viagem deveria ler

Mamãe de primeira viagem, você já parou para pensar se tivesse acesso a algumas informações valiosas que você deveria saber sobre o seu bebê desde antes de nascer até os primeiros meses? Incluindo sobre a amamentação que é um momento tão delicado de descobertas e ajustes?

Você já parou para pensar que poderá passar pelo puerpério (pós nascimento do bebê) de forma mais tranquila sabendo quais são as possíveis mudanças que seu corpo, mente e emocional provavelmente terão? Que o seu marido/parceiro/companheiro também teria essas informações valiosas sobre todo esse momento delicado da vida de um casal que é a chegada de um bebê?

Nem sempre as mamães que passaram pela experiência de ter um bebê nos conta os detalhes sobre todas essas mudanças! E às vezes podem passar informações errôneas…

Pensando nisso tudo, eu e a minha amiga Aiga, pensamos em um curso de gestantes no formato de como nós gostaríamos que fosse quando estávamos grávidas e tivemos tantas dúvidas. Um curso com poucos casais para poder haver uma maior interação, um curso em que pudéssemos ser ouvidas, pudéssemos tirar dúvidas, sem vergonha de perguntar.

Um curso que abordasse o plano de parto, mala da maternidade, primeiros cuidados, amamentação, alimentação durante a gestação e na amamentação e puerpério. Juro que ninguém NUNCA me falou sobre o tal do puerpério, e eu sofri logo de cara com ele.

Por isso, planejamos algo através da nossa experiência e necessidade com muito carinho, esmero, estudo e convidamos as melhores profissionais do ramo da nutrição (Nutriped) e da psicologia, especializada em pós parto (Tatiana Queiroz) para compor nossa equipe!

O Curso de casais grávidos foi desenvolvido para passar o máximo de conteúdo, o que realmente é importante, em um dia de curso, que começa as 9h e termina as 16h, com 1h de intervalo para almoço. Além disso, temos sorteio com alguns mimos dos nossos parceiros que vocês irão adorar! O curso acontece na cidade do Rio de Janeiro.

Se interessou? Ficou curiosa para saber mais informações sobre o curso? Nos procure através do instragram @blogmaesotemuma ou nos envie um email: blogmaesotemuma@gmail.com, que iremos sanar todas as suas dúvidas. Não deixe passar essa ótima oportunidade de se preparar para a chegada do seu bebê tão amado e esperado.

 

Curso de Casais Grávidos Mãe Só Tem Uma

 

 

Com carinho,

Lilica e Nana.

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Expectativas Maternas

Puerpério: sim, é possível sentir falta!

Diario do pai
Data Paternofilial 255.9
Terça-feira, eram 3 da manhã. Data paterna 246, começa a contagem de vida do meu filho, agora data paternofilial 246.1. O susto tinha passado. Minha esposa dormia na maca ao meu lado, logo após um parto complicado, logo após o susto que tive… apenas a via dormir… Mas no quarto faltava alguém. Não tinha a cama que mais esperávamos. Não tinha exatamente aquele que esperavamos desde a data paterna 01. Fiz a coisa mais difícil neste dia, a exatas 2h antes… leva-lo e interna-lo no CTI Neo Natal… nem pestanejei quando a médica sugeriu e agarrei com afinco que esta era a melhor decisão. E era. E foi. Aliás, a pior parte foi dar a notícia para minha esposa quando ela acordou.
Não, não vou falar da condição dele, foi mais um ato preventivo que qualquer outra coisa e isso é algo que condiz a família apenas. Portanto, ao encontrar uma família que o mesmo tenha ocorrido, segure a onda e não pergunte, se a família quiser te falar sobre, falará. Não tente falar do assunto, não tente encontrar justificativa (sempre parece crítica negativa a escolha dos partureintes… sério, sempre), fale apenas de força, se passou por situação parecida, fale da melhora, mas não force. Repetindo, apenas fale de força, fale de melhoras e nada mais. Neste momento, os parturientes só querem abraços e fim.
Mas esta introdução é apenas para relatar uma coisa: “Puerpério! Sim, é possível sentir falta!”.
Eu sei que o puerpério é uma fase complicada, mãe e bebê se adaptando, pai se adaptando a ambos (quando o faz), ninguém dorme, cólicas, dificuldade na amamentação, desespero total, a lista é grande e não quero romantizar nunca esta fase, ela é um caos regado de amor e desespero. Mas antes de dizer que ninguém sente falta do puerpério, eu e minha esposa hoje estamos ensandecidos para que o mesmo aconteça, afinal, ninguém merece os dramas do CTI que relato abaixo:
1- bebê no CTI, primeiro contato, ele está em uma incubadora, com tubos e mais tubos inseridos em um braço, um sistema de monitoramento que observa parâmetros corporais que realmente variam e apitam o tempo inteiro. No nosso caso, ainda tem um respirador no nariz. Você o vê por uma base de acrílico colocando apenas suas mãos no bebê sem poder colocá-lo no aconchego do colo. Não ainda. E quando tem esta autorização… o trabalho de tira-lo é tão grande devido aos tubos, que você não quer devolvê-lo para a caixa quente opressora. Então você começa a torcer que o respirador saia logo e facilite sua vida.
2- o primeiro banho não é seu. Nem a maioria das trocas de fraldas. Quando vão fazer algum procedimento ou revisão do bebê, você não pode ficar do lado. O resto do dia pode.
3- enquanto não sai o respirador do nariz, nada de amamentar. Vários bebês então se alimentam apenas de sonda, enquanto não tiram o respirador. Mas vai lá, a mãe é incentivada a ordenha para que seu colostro e leite fortaleça o bebê.
4- o local é desconfortável para os pais, por mais que as cadeiras sejam confortáveis. Passar o dia lá é mentalmente desgastante, desesperador, cansativo, mesmo que você faça nada, você fica totalmente esgotado.
5- a mãe tem alta, você pega na mão dela a noite e a leva para casa, quase a força, quase no papel do cara monstruoso que a está levando para longe da criança dela, mas porque você sabe que se ela não descansar, será pior.
6- no carro, o bebê conforto está vazio. Você o cobre com um pano para fingir que não a vê ali no fundo.
7- em casa você não dorme no quarto, pois o berço dorme vazio. Seu sono não vem, pois você não quer sair do lado da incubadora.
8- a noite é toda interrompida devido a dores e remédios do pós-parto. Ai você recorda, o bebê não está ali para reforçar que valeu a pena.
9- controlar para quem você fala a situação, dar notícias todo dia e controlar as visitações limitadas.
10- você saber o que seu filho precisa (ele ta com cólica por exemplo) e não poder fazer nada, pois ele está sobre controle rigoroso médico.
11- dia seguinte você volta ao hospital, e a rotina se repete.
Portanto, a única coisa que sentimos falta neste momento é o santo puerpério infernal. Adoraria passar noites em claro com o bebê chorando em casa e não em um esquife quente de acrílico.
Mas tem um alento nesta rotina malévola. Cada dia era uma melhora. Cada dia era uma comemoração. Cada dia você pensa que está mais próximo da alta. Mas a noite, ir para casa era um chute da realidade, pelo menos mais fraco, pois cada melhora era uma injeção de ânimo na esperança.
Por fim, não me dei ao luxo de chorar, este texto é meu choro. Apenas sei que não desejo isso a nenhum pai/mãe. Somente pior que este quadro seria a criança não viver. Repito isso na minha cabeça todo dia para aliviar a dor. Em breve ele estará em casa acabando com meu sono.
Meu próximo texto será sobre a importância do pai no pós-parto, exatamente com minha experiência no CTI. Espero que gostem.

Tulio Queto
É pai e escreve no blog http://jornadapai.blogspot.com.br/
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Expectativas Maternas

Carta para uma mulher grávida

            Querida mamãe, e te chamo de mamãe porque ainda que o seu bebê não tenha nascido, você já é mãe. Já sente isso, não é? Não é verdade que você já se sente mãe desde o momento que descobriu que estava grávida?
            Você está preparada para amar alguém mais do que jamais imaginou que seria capaz? Mais do que a sua própria vida?
            Você está, eu sei que está. 
            Mas calma, porque este sentimento não nasce assim que o filho chega ao mundo para todas as mulheres. 
            Tudo bem se nas primeiras semanas você não se reconhecer ou se todos ao seu redor estiverem celebrando a chegada do bebê e você não esteja no mesmo clima. Não se sinta culpada: isso se chama puerpério. 
            O que? Ninguém te falou sobre isso? Como eu entendo você! Pra mim também ninguém me falou sobre ele. Eu mesma não havia me dado conta dele mesmo sendo pediatra. A verdade é que fiquei muito aborrecida quando entendi o que era o puerpério, sabia?  
            Fiquei chateada comigo mesma por não ter reconhecido nas tantas pacientes que passaram diante dos meus olhos antes de que eu fosse mãe. Fiquei triste com as minhas amigas, minha família, com meus professores e até com o mundo. Por que ninguém me falou sobre isso?? Eu só queria gritar!
            Afinal, a mulher que eu via no espelho não era eu. Todos esperavam de mim alguns sentimentos e sorrisos que se negavam surgir em mim ainda. 
            Senti o escuro da solidão mesmo estando rodeada de gente feliz e com um bebê super saudável em meus braços. 
            Eu senti a dor física dos pontos que nunca imaginei que doessem daquela maneira, uma vez que o pior do parto já havia passado. 
            Até que um dia, acabada com a frustração e a negação de tudo isso, e com um bebê que só sabia mamar, mamar e mamar o dia inteiro, acabada por não conseguir dormir mais de duas horas seguidas e decepcionada com um marido que não o reconhecia, minha mãe entrou pela porta da minha casa, secou cada uma das minhas lágrimas e me disse: “Isso é o puerpério. São quinze dias. Vai passar, minha filha, vai passar. Te prometo”.  E ela não errou, porque passou. Ele se foi e eu voltei a ser o que eu era.
             Assim, querida mamãe, quando seu filho nascer, se você entrar nesse túnel escuro do puerpério, não sofra. Não sofra porque isso é normal. Os níveis de estrogênio e progesterona cairão bruscamente e este será o motivo de sua inquietação. 
            Preste atenção: não faça muitas perguntas. Não desconte no seu parceiro, na sua família, o problema não está neles. Não pense muito. 
            Preocupe-se apenas em recuperar-se o quanto antes. Consulte um médico se estiver sentindo dor, porque ninguém deve sentir dor. Afinal hoje em dia há remédios para quase todas as dores. E se você estiver amamentando, fale com o pediatras. Existem remédios que podem ser tomados nesta época. Por favor, não sinta dor física. 
            A dor emocional se vai, sozinha. E irá porque assim é a nossa natureza feminina. Em menos de um mês ela já terá ido. Mas se passar de um mês e você piorar, se a angústia continuar escurecendo os seus dias, se a tristeza, a falta de energia, a apatia forem tão grandes que você não se sente capaz de cuidar nem mesmo de você mesma, converse com o pediatra ou o seu ginecologista, pois você pode estar passando por uma depressão pós-parto e isso já não é normal. 
            Assim que você superar o primeiro mês (porque a sensação é de superação mesmo), você descobrirá o maravilhoso e apaixonante mundo da maternidade e fará as pazes com esses primeiros dias tão escuros e difíceis. 
            Você vai desejar estar com o seu filho o tempo todo e voltará a ver o seu marido como aquele homem pelo qual você se apaixonou um dia e resolveu formar uma família. 
            Há uns dias, durante uma entrevista, me perguntaram: “O que você diria a uma mãe preocupada, agoniada e estressada e que só consegue ver a maternidade como uma montanha difícil de ser escalada?” 
            Eu respondi: Que de fato é uma montanha, mas uma montanha às vezes íngrime, às vezes fria, porque o inverno chegou e talvez você não tenha levado a roupa adequada, mas que ela pense que essa montanha tem uma ladeira linda repleta de flores na primavera e que ela poderá aproveitar de seus cheiros e cores e que, sem dúvida nenhuma, será uma montanha maravilhosa e impossível de repetir. Eu diria que ela deve viver essa experiência. Vivê-la intensamente! E diria também que ela estará a ponto de realizar a viagem mais apaixonante da vida e sem direito a bilhete de volta. 
            Aproveite-a! Viva-a! Sinta-a!
 
 Nana.
Publicado originalmente em luciamipediatra.com. Texto de Lucía Bertrand.  Tradução e adaptação livres: Mãe Só Tem Uma. Os direitos Autorais no Brasil são regulamentados pela Lei 9.610. A violação destes direitos está prevista no artigo 184 do Código Penal. Este artigo pode ser publicado em outros sites, sem prévia autorização, desde que citando o autor e a fonte. 
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Expectativas Maternas

Puerpério – Sugestões de pedidos a um gênio da lâmpada

            Gente, quem já passou pelo puerpério sabe como é desgastante este momento! Parece eterno, infinito e que a nossa vida é unicamente dar de mamar, botar pra arrotar, trocar a fralda, dar banho, lavar e passar as roupinhas, receber inúmeras visitas justo na hora em que o bebê dorme e estamos desejosas por um descanso, ouvir palpites dos parente, enfim! É punk!!

Daí, trouxe uma listinha de pedidos que vocês poderiam pedir a um gênio da lâmpada (quando encontrarem um por aí), para ajudar neste momento. Só valem 3 pedidos, hein? Depois me contem quais vocês escolheram!

 

  1. Protetor de ouvidos – para não escutar todos os conselhos que você não pediu sobre criação do seu filho.

 

  1. Bônus de 10 horas de terapia psicológica – para assumir que as escolhas diferentes das que os nossos pais fizeram quanto a nossa criação não implicam que eles nos amaram menos do que nós amamos os nossos filhos. Também são válidas para assumir que fazer tudo igual ao que os nossos pais fizeram não é a melhor maneira de evitar os conflitos familiares.

 

  1. Vale de acompanhamento a um grupo de lactantes – (ou também sobre criação) para poder falar à vontade sobre a consistência da golfada do seu bebê (lembra iogurte? leite? requeijão? água com farelinhos branco?). Permutável também por conversas sobre a consistência e a frequência da evacuação.

 

  1. Vale de 3 horas no salão de beleza sem falar dos filhos ou bebês – (com a observação de que você pode ter direito pra trocar o presente em até dois anos). Por favor, sem data de validade para o vale!

 

  1. Questionador inconveniente: uma máquina que só funcione toda vez que qualquer conselho inútil é oferecido por avós, vizinhas, pediatras ou enfermeiras. Disponível também para os conselhos de senhoras e as mães de coleguinhas da escola do filho mais velho.

 

  1. Expansor de tempo – para que você possa se perder nos instantes perfeitos em que o seu bebê dorme lindamente nos seus braços e você o olha extasiada. Além de poder desfrutar dele sempre que precise.

 

  1. Lembrador urgente de momentos expandidos– para você se lembrar nos momentos de crise familiar a razão pela qual você ama profundamente a sua família.

 

  1. Câmera fotográfica perfeita – uma câmera que grave os momentos inesquecíveis tal como você os vê na sua cabeça e não como a câmera do seu celular se empenha em retratar. Na sua recordação, você não tem essas olheiras e esse cabelo maluco de jeito nenhum.

 

  1. Desculpabilizador – como o próprio nome diz, para fazer com que fique imune a todas as tentivas de se sentir culpada diante de qualquer eventualidade sobre o seu filho: sejam resultados escolares ou a maneira de comer.

 

  1. Autorespondedor – para responder aos comentários absurdos e que você só pensa em dar como resposta três horas depois.

 

  1. Curso de masterchef para o seu companheiro – Passar o primeiro mês de amamentação a base de sopas e frutas é possível mas pouco recomendável. Com este curso o seu marido se deleitará fazendo lasanha de verduras, escalope de carne ou frango à moda do chef. Permutável por um vale sushi do seu restaurante favorito.

 

  1. Geladeira autopreenchível – com deliciosas comidas a qualquer hora do dia e da noite. É só abrir e a comida aparece mágicamente ali.

 

  1. Autorejeitador de visitas inesperadas – com uma fantástica lista de características que o farão ser o presente mais desejado para todas as famílias.

 

  1. Sensor de quentinhas – Se a sua visita inesperada vier carregada com um pote de tuppeware com quentinha, o auto-rejeitador deixará entrar a visita. Visitas inesperadas com comida serão sempre bem-vindas.

 

  1. Luvas de boxe com mola para visitantes teimosos – na terceira visita dessa pessoa que nunca liga avisando, se ativará a luva de boxe para uma advertência muito mais clara ao visitante indesejado. Certamente que depois disso, ela ligará antes de ir.

 

Nana.

Extraído e adaptado de http://www.unamaternidaddiferente.com

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Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

Licença-maternidade: tudo o que você tem que saber!

Você passou a gestação inteira trabalhando e é chegada a hora de receber esse bebê lindinho que está aí dentro. Mas quais são os seus direitos? Vem comigo, que eu te explico tudo.

  • O que é a licença-maternidade? Licença maternidade (ou licença-gestante) é um benefício de caráter previdenciário que consiste em conceder, à mulher que deu à luz, a licença remunerada de 120 dias. Ou seja, durante o período da licença você não deixa de receber. Obs: há um projeto de lei que solicita o aumento de 120 para 180 dias. Algumas empresas já concedem esses 180 dias de licença-maternidade, neste caso, o empregador paga a totalidade desses salários e depois desconta o valor inteiro do imposto de renda.
  • Quem tem direito a receber pela licença?

Todas as mulheres que trabalham no Brasil e que contribuíram por no mínimo 10 meses para a Previdência Social (seja com carteira assinada, terceirizada, autônoma ou que realiza trabalhos domésticos). Isso mesmo, até quem não está trabalhando ou não trabalha com carteira assinada mas contribui, tem o direito.

Mulheres que sofrem um aborto espontâneo ou dão à luz um bebê natimorto, além de, quem adota crianças, bem como        que, obtêm a guarda judicial de um criança com o fim de adoção, neste caso, apenas um dos adotantes (quando a adoção é familiar) tem direito.

No caso, de abortos espontâneos antes de 23 semanas de gestação dão direito a um afastamento de duas semanas.             Perdas após a 23a semana são consideradas pela lei como parto, portanto a licença passa a ser de 120 dias.

  • Qual o valor que se recebe?O mesmo que você recebia enquanto trabalhava. Se você não trabalha, receberá referente ao valor do salário de referência que você contribui.
  • A partir de quando começa a valer a licença?

    Na verdade, o afastamento começa quando a futura mamãe decidir – podendo ser até 28 dias antes do parto, ou então a partir da data de nascimento do bebê.
  • O que devo fazer para solicitar a licença através do meu emprego?Apresente um atestado médico ou a certidão do nascimento do bebê. Para a guarda, é preciso o termo de guarda com observação de que tem por objetivo a adoção, e no caso de adoção, é preciso a nova certidão de nascimento, que sai depois de decisão judicial.
  • E se estou desempregada ou não trabalho, como faço pra solicitar o recebimento da licença-maternidade?
    A partir do parto, busque o INSS, portando a certidão de nascimento da criança e solicite o auxílio. Chama-se, neste caso, salário maternidade.
  • Posso aproveitar a minha licença e juntar com as férias?

Sim, é possível juntar os 30 dias de férias à licença-maternidade. Para isso, a mulher tem de ter direito às férias (depois de um ano de trabalho) e precisa da aprovação da empresa. As férias costumam ser acrescentadas ao final da licença-    maternidade. Vale lembrar que os meses de afastamento da licença equivalem normalmente como trabalho para a   contagem do direito às próximas férias.

  • A licença-maternidade é um encargo direto do empregador?
    Sim, os salários da licença são pagos pelo empregador e descontados por ele dos recolhimentos devidos à Previdência. O empregador deve permitir a ausência da empregada durante o período.
  • Posso ser demitida durante ou após a gestação?
    Desde que o empregador é informado sobre a confirmação de gravidez e até cinco meses após o parto, você não pode ser demitida.
  • Após a licença-maternidade, que direitos eu tenho?
    Até o filho completar 6 meses de idade, a mãe tem o direito a descanso especiais, de meia hora cada, destinados à amamentação do filho. Como muitas vezes a mãe fica impossibilitada de levar o filho para amamentá-lo, algumas empresas concendem 15 dias além dos 120 para lactação desde que se apresente a licença do pediatra que comprove a lactação. Mas atenção, isto NÃO é obrigatório por lei. É muito mais uma boa vontade da empresa em conceder estas duas semanas, pois o INSS não arca com este valor.
  • O pai do meu filho tem direito a licença também?
    Sim, o nome é licença-paternidade e é remunerada por cinco dias corridos, a partir do nascimento do bebê. Entretanto, só vale para funcionários com carteira assinada. Existem projetos tramitando no Congresso brasileiro para ampliar a licença para 15 dias corridos.

 

Ainda tem alguma dúvida? Entre em contato com a Central de Atendimento do INSS pelo telefone 135 (segunda a sábado, 07h às 22h) ou acesse o site http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/salario-maternidade/ .

Espero ter ajudado.

Boa licença para você!

Nana