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Bebê – 0 a 12 meses Chegou ao mundo

Teoria da Extero Gestação

Quem nunca ouviu alguém dizer que o bebê de dias está manhoso, chora muito e só quer colo? E quando a mãe ou o pai decidem acolher esse bebê, alguém da família, a própria mãe dos recém pais, a avó, a tia, falam que estão acostumando mal esse bebê e que ele ficará manhoso?

Eu já ouvi muito isso e ainda ouço com frequência. A ideia de que um bebê de dias, que não está entendendo que está não está mais dentro da barriga da sua mãe, está tentando manipular os pais é comum. As pessoas não param para ler sobre a questão biológica do ser humano, como nos reproduzimos, nascemos, nos desenvolvemos. Nós repetimos muitos achismos por aí e assim, vamos de geração em geração reproduzindo falsas verdades.

O antropólogo inglês Ashley Montagu construiu a teoria de que os seres humanos, precisariam de pelo menos mais três meses (4º trimestre) de gestação para terminar o seu desenvolvimento, mas por impossibilidade física (seríamos grandes demais para nascermos), passamos esses três meses nos desenvolvendo fora do útero materno, mas precisando de cuidados especiais, e se pudermos manter o clima do útero ajudará bastante ao bebê.

Hoje, sabe-se que o homem é o mamífero que nasce mais dependente comparando com bebês cães, bezerros, girafas que andam com horas de nascidos. O pediatra americano Harvey Karp foi o responsável pela ampla divulgação da teoria da externo gestação, e nos dá dicas de como simular algumas situações que irão dar para o bebê a sensação de estar no aconchego do ventre da mãe.

Abaixo iremos dar 5 dicas de como simular o útero da mãe e fazer com que o bebê se sinta aconchegado, como se estivesse na barriga de sua genitora.

  1. Faça sons parecido com o útero: secador, ruído branco, aspirador de pó, shiii (com a boca);

  2. Embrulhe o bebê e deixe-o mais seguro: faça charutinho com o cueiro;

  3. Faça um ninho para o bebê: rolinhos, almofadas, moisés;

  4. Dê colo e acolha o bebê: o sling ajuda e a amamentação em livre demanda também;

  5. Dê banho de balde no bebê: ofurô.

 

Por isso, quando alguém vier dar algum pitaco sobre você tentar acolher seu bebê de dias ou poucos meses, ouça sua intuição materna ou paterna e lembre-se, ele ainda não entendeu que está fora do útero, ele ainda não entende que é um ser separado da mãe dele. Ele precisa de cuidados, carinho, colo, atenção, peito, sentir o cheiro de quem o carregou por 9 meses e ouvir as batidas do coração dela para se acalmar.

 

Com carinho,

Lilica.

 

 

 

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Expectativas Maternas

Puerpério: tudo o que você precisa saber

O que você sabe sobre puerpério?

Provavelmente você já ouviu falar em puerpério, ou ao menos em pós-parto, como normalmente ele costuma ser chamado. Pode ser que você já tenha vivido na pele aqueles primeiros 40 dias da chegada de um bebê quando a mulher está se recuperando fisicamente da gravidez, com os hormônios à flor da pele, noites mal dormidas, amamentação e ainda procurando conhecer esse novo ser que chega desarrumando tudo. Acontece que, o puerpério não é só físico, ele também é emocional, e, portanto, muito mais complexo do que o pós-parto imediato. Até hoje eu não encontrei definição mais apropriada do que a do Psicólogo Alexandre Coimbra Amaral que definiu o puerpério como “Um mergulho na alma”. Essa definição retrata a profundidade e a complexidade vivenciada por uma mulher nesta fase da vida, que vai muito além do tempo dos ponteiros de um relógio. É uma vivência muito particular que pode durar, no mínimo, 2 anos.

Que vivências serão comuns nesta fase?

Em um primeiro momento já poderemos perceber que a realidade é bem diferente de tudo que imaginamos. Fantasiamos que iríamos nos sentir plenas o tempo todo e que saberíamos tudo que se passa com o nosso filho, além do que, amamentar seria incrível.

Porém, enquanto nos deparamos com os desafios em cada experiência, nos sentimos confusas, cansadas, tristes, o mundo só espera que estejamos prontas, que resolvamos tudo e coloquemos um sorriso no rosto. Afinal, ter um filho é uma benção, um presente. Não era isso que tanto queríamos? E é por isso que as mulheres têm vivenciado tanta solidão nesse processo. Não lhes é permitido viver esse mergulho com tudo o que ele proporciona, com o que tem de maravilhoso e o que ele tem de desafiador. *É muito importante esclarecer aqui, que não estamos falando de Depressão pós-parto. Todas essas vivências podem facilitar o surgimento da Depressão, mas dependerá de uma série de fatores: Predisposição genética, recursos internos, apoio emocional, por exemplo.

Outra vivência muito marcante é a mudança de identidade. De fato, a maternidade talvez seja a mudança mais profunda e transformadora na vida de uma mulher. A sensação pode ser de que não sabemos mais quem somos. E, ao mesmo tempo, fica aquele vazio por não sabermos ainda quem nos tornamos. Cada uma de nós, que nos permitirmos esse mergulho, aprenderemos a arte de nos reconstruir. Com base na nossa própria história familiar, repetindo ou negando, construiremos a nossa própria. A medida que já não seremos as mesmas, muitas coisas podem ficar para trás para dar lugar ao novo. Muda a nossa relação com o mundo, mudam os relacionamentos familiares, a relação com o parceiro (a), amigos, trabalho. Por isso que leva tempo, tempo para nomear essa nova mulher que nasce.

Como ajudar uma puérpera?

Às vezes, o que uma mulher no puerpério precisa é ficar na sua crisálida, assim como fazem as lagartas para se transformarem em borboletas. No puerpério imediato, que são os primeiros meses da chegada de um bebê, normalmente a própria mulher elege alguém para estar mais próximo, sua mãe ou alguém da família. Essa mulher precisa ser cuidada, e, a medida que isso acontecer, mais ela exercerá seu maternar de forma intensa e amorosa. Passados esses primeiros meses do puerpério imediato, ele continuará tendo presença marcante na vida dessa mulher. Através das dificuldades em conciliar as demandas de mãe com as de mulher, a dificuldade em nomear essa nova mulher ou a crise que costuma se instaurar na vida do casal. Então, quanto mais apoio, compreensão, escuta empática ela tiver, mais essa mulher terá a possibilidade de florescer através dessa experiência.

 

E por que vale a pena?

Nem sempre vai ser fácil trilhar esse caminho. Mas aprendi na minha experiência acompanhando mamães de pertinho e vivenciando a minha própria maternidade que nada na vida da gente acontece por acaso. Tudo o que passamos, entendo como sendo exatamente o que precisávamos para ser quem somos. E vivenciar a maternidade e seus desafios é também aprender a se reconstruir, se reinventar. O resultado disso é uma vida com muito mais sentido.

Tatiana Queiroz de A. Santos CRP 05/42047

Psicóloga. Terapeuta de casais e famílias. Formação em Psicologia Perinatal e Parental.

Apoia mulheres e casais a lidarem com as transformações, que ocorrem com a chegada dos filhos.

Fone: 21-99937-1468

E-mail: contato@tatianaqueirozpsi.com.br

Site: www.tatianaqueirozpsi.com.br