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Crianças (a partir de 2 anos)

Por que devemos evitar gritar com nossos filhos?

Vou começar meu texto de hoje lhe fazendo uma pergunta. Você sabe como a criança “aprende” a ser um adulto?

Uma das teorias de aprendizagem, nos diz que as crianças observam, absorvem e copiam. A criança está em constante aprendizagem, e vê no adulto uma fonte de exemplo e orientação a ser seguido.  Toda criança brinca de ser adulto, ela fica imaginando como deve ser “Ser um Adulto”, e por consequência ela aprende conosco o que deve ou não fazer. Que atitudes ela deve ter.  E é aí que começa a nossa responsabilidade em educar.  Afinal, se somos o exemplo, precisamos ser o melhor exemplo.

Comecei com este assunto para trazer algo ainda mais importante. A criança é o espelho do adulto que ela tem em casa e isso é algo tão importante a ponto de ela formar parte do próprio caráter de acordo com a educação que ela recebe.

Dentro desta lógica, te chamo para refletir junto comigo. Se você grita com a criança diversas vezes, o que será que ela está internalizando? Lembre-se que uma criança aprende por meio da observação. Então, quando você grita exigindo dela uma determinada postura, ela entende que é possível alcançar um objetivo por meio de gritos. A criança começa a reproduzir este comportamento no seu meio social, o que acarreta num círculo infinito de comportamento inadequado, se você grita com ela, ela grita com você, e isso não mudará nunca, a não ser que você mude a sua postura, e isso é só um dos problemas que se tem quando se grita com uma criança.

“A família é a primeira experiência de socialização das crianças. Quando você grita, ensina que o desrespeito, a falta de controle e o autoritarismo são atitudes corretas”

Cristina Lorga, psicóloga infantil do Instituto de Terapia Sistêmica.

A criança interpreta o grito como um ato agressivo, um momento de violência emocional. Na verdade, a criança paralisa ao ouvir o grito dos pais porque elas se assustam, sentem medo, ficam temerosas em ocorrer algo ainda mais agressivo após o grito. O grito dói na alma! Em crianças mais sensíveis, o grito dói mais do que uma palmada, machuca o coração. A criança sente-se atacada, humilhada, negligenciada, e até odiada por quem ela mais ama. Essas emoções chegam a ser tão intensas que as crianças podem guardá-las por muito tempo e ao longo dos anos desenvolverem sérias dificuldades de relacionamento familiar.

Ao invés de gritar, crie laços afetivos positivos. O ideal é estabelecer um diálogo amigável com a criança, mesmo que seja exaustivo, trabalhoso, mas é importante que se converse com a criança, explicando os motivos, dando lhe razões suficientes para que ela compreenda a situação. Não é necessário gritar com ela para impor limites. Limite não tem a ver com gritaria, tem a ver com respeito e diálogo aberto e sincero entre pais e filhos.

Mas como evitar os gritos que dou com meu filho?

1-      Planeje suas atitudes. Tente diversas técnicas de disciplinas, crie estratégias, observe os comportamentos e as respostas do seu filho e vai adequando de acordo com os momentos, a gravidade da situação e com o comportamento dele.

2-      Exerça a empatia. Coloque-se no lugar do seu filho que recebeu o grito. Admita que receber gritos e gritar com as pessoas, não é agradável, não é correto, e na maioria das vezes não gera um resultado positivo.

3-      Dê atenção ao seu filho. Pergunte e escute o que ele tem a dizer antes de gritar por ele ter agido de maneira errada.

4-      Saiba pedir desculpas. Os pais também erram e precisam reconhecer o seu erro, isso gera um conforto emocional, um vínculo de afeto e confiança entre você e seu filho que é capaz de suavizar muitos problemas ou até saná-los.

5-      Controle a sua raiva e cuide de você. Muitas vezes gritamos com nossos filhos simplesmente porque estamos esgotados, estressados, impacientes e acabamos descontando em quem está mais próximo.

Uma das coisas que venho observando com frequência em diversos momentos é sobre como as crianças estão perdendo a atenção dos seus pais. O mundo de hoje nos cobra demais, ficamos imersos em tantos afazeres, que por muitas vezes acabamos deixando a atenção aos nossos filhos em último lugar.  Vivemos numa rotina de muito trabalho, estudo, afazeres domésticos, preocupações de como sobreviveremos às dificuldades da vida e até mesmo a tecnologia.

Hoje as crianças disputam nossa atenção até com o celular. Somado a tudo isso, ainda temos que saber lidar com as questões familiares. Muito provavelmente em alguns momentos, você está tão assoberbado com suas questões que acaba gritando com seu filho diante da mínima desobediência dele. Já parou pra pensar que talvez ele esteja sendo desobediente porque ele quer chamar a sua atenção? Será que não está na hora de revermos nossa postura?  Espero que eu tenha ajudado e que tenha feito você refletir sobre as suas praticas do dia-a-dia!

Até breve!

 

 

 

 

 

 

 

 

Bianca S S Santiago

Pedagoga.