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Guarda compartilhada – o que é isso?

Temos ouvido cada vez mais o termo “guarda compartilhada” entre os amigos e nem todo mundo sabe o que é ou até mesmo confunde com outros tipos de guarda. Vou contar para você TUDO sobre guarda compartilhada, principalmente porque eu, Lilica, estou vivenciando isso atualmente com meu pequeno.

Há quase 2 anos estou separada do pai do Antonio. Nós entramos para as estatísticas dos casais que se separam antes dos dois anos do filho. Nossa relação sempre foi de boa conversa durante o relacionamento, após o término do casamento, tentamos manter a mesma postura, principalmente porque temos em comum alguém que nos interessa muito: nosso pequeno Antonio.

Após a separação, o pai do Antonio se manteve interessado nas tomadas de decisões da vida do filho, se mostrou presente nas despesas e sempre quis pegar o filho com certa frequência. Tudo isso me deixou e me deixa muito feliz, pois sei bem da importância da figura paterna para a formação da criança e eu sempre fiz de tudo para que essa situação ocorresse, para que o pai visse o Antonio e participasse da vida dele.

Então, desde o início da separação configurou uma guarda compartilhada, mas sem força legal. Recentemente, definimos isso pela justiça e atualmente Antonio tem guarda compartilhada pelo pais. A guarda compartilhada se define pela maior participação do pai nas decisões da vida do filho e pela maior presença também. Então desde 2014, através de uma alteração de lei (que abrange território nacional), a guarda compartilhada é regra para os casais separados, a não ser que o pai ou mãe abra mão da guarda ou tenha algum impeditivo grave que coloque a vida do menor em risco.

Na guarda compartilhada a residência é fixa na casa de um dos pais, podendo o menor dormir ou visitar o outro com dias fixos ou não. O que é compartilhado aqui são as tomadas de decisões entre os pais e a frequência de visitação sendo maior do que o acontecia antigamente (o famoso final de semana com o pai de 15 em 15 dias). Tanto o pai quanto a mãe estão presentes, de forma que contemple os dois genitores a participarem ativamente da vida dos filhos.

O que viabiliza a guarda compartilhada? Os pais terem bom diálogo para estarem em constante conversa sobre as necessidades, bem estar e decisões sobre o filho, e morarem relativamente próximos, pois, para funcionar todo um esquema de pegar e levar da casa de um para o outro, morando em locais opostos da cidade, dificulta bem mais este processo.

Por aqui tem funcionado esse esquema e percebemos que Antonio fica bem feliz podendo conviver tanto com a mãe quanto com o pai, pois reforça laços que são construídos cotidianamente. Seguimos na missão de educá-lo, independente da separação. É o que eu costumo dizer: quando nos separamos do marido ou da esposa, não estamos nos separando dos nossos filhos também. Esses serão para sempre nossos, não se esqueça disso.

 

Espero ter ajudado a esclarecer dúvidas,

Lilica.

 

 

 

 

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Filhos de pais separados: como ficam?

Fotografia: Palloma Campello

Olhando a imagem acima, se vocês não conhecessem um pouco da minha história, vocês diriam que essa foto foi tirada há algumas semanas? Sim, ela foi feita no aniversário de 3 anos do Antonio, nosso filho. Mas faz um ano e meio que estamos separados, eu e o pai dele.

E o que eu quero mostrar com essa foto?! Que sim, é possível estar separado do pai do seu filho(a) ou da mãe do seu filho(a) e ainda assim manter uma relação de respeito e cordialidade. É fácil? Se dissesse que sim, estaria sendo hipócrita e mostrando um mundo de fantasias, que não existe.

A verdade é que nem sempre foi assim: o início da separação costuma ser bem tensa, sempre tem uma parte que sai machucada, que não gostaria de acabar o relacionamento. A gente sente raiva, abandono, mágoas, muita tristeza e uma sensação absurda de que não dará conta sozinha do recado. Os meses passam, passa o primeiro ano, o segundo… As coisas começam a entrar nos eixos.

Mas o que fica de mais importante nisso tudo aí, no relacionamento de anos, apartamento, carro, viagens, lembranças, são os filhos! Sim, quando nos separamos, estamos terminando uma relação com o cônjuge e não com os filhos. Isso nós temos que ter muito claro em nossas mentes, porque ele não pode ser prejudicado de forma alguma.

Existirão desentendimentos, principalmente financeiros, de divisão de bens, de fixação de pensão, dias de visitação, mas NADA disso pode atrapalhar a vida dos filhos. Se quiser brigar, discordar, bater boca, faça tudo isso longe deles, não deixe eles presenciarem as brigas, pois se sentirão culpados por toda essa confusão, além de uma tristeza profunda. Geralmente os filhos gostam dos dois igualmente, do pai e da mãe.

Outra coisa que não devemos fazer de forma alguma é falar mal do pai ou mãe da criança, mesmo que ele/ela esteja vacilando e errado(a), pois quando falamos coisas ruins a respeito de quem elas gostam, ficam perdidas, pois a fala veio de alguém que ela também ama, então o filho(a) acaba sendo manipulado pelos pais, às vezes, por ambos, ao mesmo tempo! Imagina a cabeça dessa criança…

Devemos nos colocar no papel de adultos, pais, responsáveis pela saúde mental e psicológica dos nossos filhos. Além de tudo isso que falei acima ser considerado alienação parental (eu vou escrever um texto somente sobre isso) é também crime!

Os pais separados não devem perder o diálogo nunca, pois terão em mãos uma missão eterna que é educar, cuidar e amar seus filhos, mesmo que não estejam mais juntos. Aquela família tradicional que morava sob o mesmo teto e tinha atividades em comum diariamente pode ter acabado, mas a família da criança será sempre seus pais, por isso é desejável uma interação razoável entre eles, pois irão se comunicar e se relacionar por longos anos, principalmente os pais que optarem pela guarda compartilhada.

Portanto que esse novo cenário (de pais separados) deve ser o melhor possível, o menos turbulento para os pais e filhos. Pois essas marcas eles carregarão para sempre, de uma convivência minimamente razoável ou simplesmente de confusão, brigas e discórdias. O que você deseja deixar para seu filho?

Não é fácil, nunca foi, tento diariamente, é um exercício. Se brigávamos enquanto casados, imagina separados? Mas estamos conscientes de nossos papéis e tentando fazer o melhor pelo nosso bem maior, nosso Antonio.

Lilica.