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Crianças (a partir de 2 anos)

5 princípios da Educação Positiva

Hoje começamos uma série de matérias sobre a disciplina ou educação positiva. Digo começamos, pois, o tema é tão vasto que não se encerrará somente nesse texto, com certeza virão outros com dicas mais prática do dia a dia, de como botar de fato em prática a educação positiva.

Há alguns meses venho me interessando de fato pelo educação positiva, tenho lido bastante, seguido perfis de mães e profissionais que são estudiosos nessa área e tenho aprendido bastante. A educação positiva me mostrou que posso quebrar o “ciclo vicioso” que vamos reproduzindo de uma educação tradicional extremamente punitiva e que muitas vezes é nada reflexiva e efetiva, tanto para a criança, quanto para os pais.

É desafiador, confesso, quebrar com esse ciclo no qual eu fui educada e para mim é a referência de sucesso na educação, afinal, sou uma pessoa de bem, que cresci respeitando os mais velhos e tendo limites. Acontece que a educação positiva me mostrou que eu posso ser uma mãe melhor, uma educadora mais eficiente se usar as ferramentas que a disciplina positiva oferece, trazendo menos “danos” ao meu filho, não agindo como a educação tradicional prega, com subjugação, humilhação, punições físicas e emocionais.

A primeira imagem que me vinha a cabeça quando escutava “educação positiva” era permissividade. Parecia que educar sem punição, não era educação e sim, deixar a criança fazer o que quisesse e isso me incomodava. Comecei a pesquisar e ler. Sigo alguns perfis no Instagram que colocam na prática situações de educação e me fizeram enxergar que a disciplina positiva faz exatamente o oposto da permissividade, mas também não age com autoritarismo. Mas como isso é possível? Vem comigo, pois irei te explicar.

 

  • Criando conexão com a criança – Ela precisa saber que é respeitada, que você se importa com ela, ouve o que ela tem a dizer, sendo assim, cria uma conexão entre vocês dois que facilita e muito a comunicação; principalmente nos primeiros anos da infância, onde a criança não consegue se expressar completamente e por isso, pode não conseguir passar tudo o que está sentindo.
  • Ser gentil e firme ao mesmo tempo – Não é uma tarefa simples, mas ao mesmo tempo que você é amável com a criança, você está respeitando ela, quando está sendo firme, respeita a si. Lembrando que toda criança precisa de limites, então quando alguma situação acontecer e a resposta for NÃO, você vai dizer não, de forma gentil e amável mas será firme na resposta mantendo o não e explicando.
  • Nem permissividade, nem autoritarismo – Quando falamos em disciplina positiva, é certo a maioria das pessoas terem em mente a permissividade mas ao contrário disso, a educação positiva não prega nem o excesso, nem a falta e sim, o meio termo, através do diálogo, sempre colocando em jogo os sentimentos e sensações da criança.
  • Desenvolvendo capacidade nas crianças e ser consciente delas – Quando incentivamos nossos filhos a descobrir suas capacidades (emocionais, físicas, motoras) possibilitamos que tenham maior confiança neles mesmos. Quando educamos sem julgamento ou castigos, mesmo que errem, poderão ter confiança em si mesmos, e aprender o certo corrigindo os erros.
  • Ação efetiva a longo prazo – Castigos e punições corporais não são efetivos a longo prazo, mas somente a curto prazo e sim pelo medo e não pelo respeito. Pensar a disciplina positiva como meio de educar seu filho, pode te ajudar a criar ações que serão efetivas a longo prazo, pois ensina seu filho a entender determinadas situações de forma emocional(do ponto de vista dele) e prática (o por quê não pode fazer determinada coisa). Ele aprende e raciocina em cima da situação e não só obedece pelo medo da represália que irá sofrer.

 

Gostaria de finalizar o texto, explicando que esses fundamentos da Disciplina Positiva, na verdade, são uma filosofia de vida, um modo de encarar os desafios da maternidade e da paternidade, vencendo os obstáculos da melhor forma possível, sempre de maneira empática (nos colocando no lugar de nossos filhos).

Espero ter contribuído. Mãos à obra?

Com carinho,

Lilica.

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Expectativas Maternas

Existe fórmula para educar meu(minha) filho(a)?

Muitas amigas, conhecidas e até mesmo mães que nos escrevem através do blog, têm uma pergunta recorrente: como você educa seu filho? Quais teorias usa? Existe algum método específico? Por isso, resolvi escrever esse texto para esclarecer meu ponto de vista em relação a educação do Antonio e dividir com vocês minha forma de pensar e até enxergar a vida.

Desde antes de engravidar eu já pesquisava sobre parto, alimentação e educação, sempre tive uma simpatia muito grande com o método montessoriano, sempre quis dar uma boa alimentação ao meu filho, sem muito industrializados, gorduras trans, açúcar; sempre pensei em fazer diferente da forma que fui educada na década de 80, sem muita informação e reflexão sobre a infância e as necessidades da criança.

Pois bem, desde antes de gestar o Antonio eu sou uma ávida pesquisadora sobre métodos, técnicas e formas de educar crianças, já testei muita coisa com meu filho mas tenho chegado cada vez mais a conclusão de que nenhuma teoria é totalmente aplicável a nossos filhos, a nossa rotina, a peculiaridade de cada família.

Então, pesquiso, leio, estou sempre interessada em novos pensamentos sobre criação, alimentação, desfralde, escolarização mas tento encaixar o possível dentro da minha rotina, dentro da estrutura da minha família e da minha realidade (mãe solo). Não me frustro ou me cobro caso não consiga exatamente como desejava, afinal, não somos perfeitas, temos nossas limitações e nossos filhos nos indicam como são.

Troco sempre com a Nana (minha parceira do blog), com a minha irmã que também tem filha da idade do Antonio, amigas mães, a Tati (psicóloga do blog) para ouvir outros pensamentos, visões e posturas, mas nunca comparando filhos, me comparando como mãe, pois isso é a maior furada.

Adoro dar exemplos meu, para que fique bem claro o que estou escrevendo para vocês. Quando meu filho começou a introdução alimentar, eu li sobre o método BLW, achei interessante mas não consegui aplica-lo por completo. Eu ficava sozinha com ele, não tinha ajuda de ninguém, como administrar casa, cuidar de filho e de toda a sujeirada que esse método acaba gerando?

Então eu dava os pedaços das frutas mais durinhas, que ele conseguia segurar. E as refeições principais que eram sempre tensas e mais demoradas eu segui somente amassando os legumes em pedaços grandes. Foi o que eu consegui na época. Me culpo? De forma alguma, fiz o melhor que estava ao meu alcance naquele momento. Se algum dia eu tivesse o segundo filho com uma estrutura de vida diferente, talvez repensasse a forma de fazer com o mais novo, mas com o primeiro não rolou e tudo bem.

Eu tenho lido bastante sobre a educação positiva, tenho seguido perfis de mães e estudiosas sobre esse método e tenho me interessado. Algumas coisas já consegui aplicar aqui em casa e já me sinto uma vitoriosa mas ainda não consigo aplicar muitos pontos do método.

A gente busca informação, absorve o que tem certa concordância e aplica o que cabe dentro da nossa realidade. Esse é o mantra e tem dado certo. Nada melhor do que você, mãe, que conhece seu filho e enxerga suas limitações e segue suas intuições para saber até onde consegue chegar. O importante é você estar fazendo o melhor para o seu filho, tentando acertar sempre, mesmo caindo de vez em quando.

Bora botar a mão na massa?

Com carinho,

Lilica.

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Expectativas Maternas

7 comportamentos nocivos que os pais fazem sem pensar

           Quando nascem, os filhos não vêm (infelizmente) com um manual de instruções embaixo do braço nos ensinando a como sermos os melhores pais para eles. E de fato, muitas vezes acabamos tendo comportamentos nocivos que acabam repercutindo negativamente em seu desenvolvimento.
            Nós, pais, sempre tentamos educar da melhor maneira que sabemos ou podemos fazer. Mas temos sempre que ficar atentos a algumas atitudes que reproduzimos todo o tempo, só que não nos damos conta de que não são positivas. 
            Ainda que não acreditemos, apenas boas intenções não são suficientes. É importante que sejamos autocríticos e saibamos identificar todos esses comportamentos tóxicos que podem afetar os nossos filhos. Em especial a sua auto-estima e acabar gerando problemas no futuro.
            Nem sempre a culpa dos pais é consciente ao gerar esses problemas. Nós acabamos reproduzindo tudo o que já vivenciamos em nossas experiências anteriores, como nossos pais fizeram conosco.
            A seguir, listamos 7 comportamentos nocivos que você pode estar cometendo. E atenção: se você estiver tendo algumas das atitudes, não as negue. Tente se melhorar, afinal será muito importante para a criação do seu filho. 
 
1. Ser super crítico:
 
            Muitas vezes não somos capazes de identificar como somos críticos com  os nossos filhos. É importante mostrar seus erros, porque isto auxilia na mudança e para que a criança se dê conta de onde está errando. Entretanto, atenção para as críticas excessivas que não fazem bem nenhum. Ser crítico demais pode provocar inseguranças em seus filhos e fará com que eles mesmos desconfiem de suas próprias capacidades e habilidades. 
 
2. Castigar as emoções negativas:
            
            Costumamos diferenciar as emoções entre negativas e positivas. Só que algumas emoções negativas são, na verdade, positivas. Por exemplo, o medo. Ele pode salvar a nossa vida em diferentes ocasiões, ao não tomar atitudes perigosas, por exemplo. É por isso que devemos permitir que nossos filhos expressem suas emoções, que chorem, demonstrem tristeza e qu, se sentirem medo, digam. Reprimir nunca será bom, porque cedo ou tarde, toda essa repressão terá de sair de alguma maneira. 
 
3. Decidir por eles: 
            
            As crianças são crianças, mas isso não significam que não tenham nem voz, nem voto. É claro que algumas decisões devem ter a intervenção dos pais, mas outras não são tão necessárias. 
            Permita, de vez em quando, que seus filhos aprendam a tomar decisões. Assim, vocês incentivarão a sensação de segurança e não incitarão o oposto. 
 
4. Incentivar o medo:
            As crianças devem viver em um ambiente seguro e confiante, nunca em um espaço onde sintam que o medo os espreita a todo tempo. É preciso que eles possam cometer erros, explorar e começar a experimentar a vida. 
            Se eles sentirem medo todo o tempo, se tornarão pessoas inseguras e que não confiam nem em si mesmas. É importante que não estimulemos esse sentimento, porque viver com medo não é bom para ninguém. 
            
5. Eles não tem culpa:
            
            Às vezes, os pais descarregam suas frustrações nos filhos, fazendo com que eles se sintam culpados de que coisas que não são responsáveis. Isto pode gerar problema no futuro, pois podem interiorizar uma culpa que não é deles. Isto é bem comum, por exemplo, em caso de separações em que um dos pais sempre diz ao filho que ele foi o responsável pelo fim do relacionamento do casal. Pura maldade!
 
6. O amor não tem condições: 
 
            Outro erro comum que os pais comentem é gerar “condições” para o amor que sentem pelos filhos. Dizer algo como: “eu não vou te amar mais se você continuar com tal atitude” ou “você falhou, não amo mais você”, só servirá pra reforçar que o amor depende apenas de conquistas e comportamentos positivos que seus filhos tenham. 
            Isso só gerará que eles não se sintam merecedores de amor e carregarão esse peso para sempre em suas costas. 
 
7. Não dar limites: 
            
            Isso pode acontecer quando temos mais de um filho ou simplesmente não temos a intenção de colocar limites. Isto é um erro. As crianças precisam de limites  que lhes permita estar a salvo desse mundo que estão descubrindo ainda.  
            Dar limites é positivo (e cansativo!), pois sem eles podemos gerar adultos que acreditam poderem fazer de tudo e desenvolverem comportamentos negativos no futuro, tornando-se pessoas indesejáveis. 
 
            Caso vocês tenham se identificado em algum dos exemplos listados, é importante que tomem consciência de suas ações e tentem modificá-las e evitar repetí-las. Afinal, estamos formando pessoas que terão que se relacionar e viver neste mundo e estimular esses comportamentos nocivos, apenas dificultarão a sua criação e seu futuro. 
Nana.
 
Publicado originalmente em www.mejorconsalud.com. Tradução e adaptação livres: Mãe Só Tem Uma. 
Os direitos Autorais no Brasil são regulamentados pela Lei 9.610. A violação destes direitos está prevista no artigo 184 do Código Penal. Este artigo pode ser publicado em outros sites, sem prévia autorização, desde que citando o autor e a fonte. 
 
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Expectativas Maternas

“Meu filho não para quieto!”

Quantas vezes ao longo de um dia você já disse isso?

“Mamãe e papai, vocês se lembram o que sentiam por mim quando eu era um bebê?

Mamãe, se lembra o que você sentia quando a sua barriga não parava de mexer e era eu que estava lá dentro? Se lembra da nossa conexão?

Papai, e você? Se lembra da emoção que era colocar a mão na barriga da mamãe e sentir os meus movimentos?

Você se lembra, mãezinha, quando eu estava na sua barriga e você parava de me sentir mexendo? Você ficava tão nervosa e preocupada nessas horas

porque tinha a sensação de que algo de errado estava acontecendo.

Se lembra de tudo isso? Se lembra mesmo?

E agora? Ainda quer que eu fique quieto?”

O que mudou em você para que peça ao seu filho (esteja ele com 4 meses ou 5 anos) para que fique o tempo todo quieto, que pare de se mexer, que fique parado ao seu lado, que não mexa nisso ou naquilo?

Ele ainda é uma criança, se move, joga coisas, faz barulhos, pula, chora, reclama e pede atenção. Ele é uma criança. Não é um adulto. NÓS é que somos os adultos. E se pensarmos bem, nós também gritamos, jogamos as coisas, fazemos barulho e pedimos constantemente atenção, até mais do que eles. Nós nos comportamos muitas vezes iguais a eles. Entretanto, eles não se queixam de nós, seus pais. Mas, nós, ao contrário, passamos o dia nos queixando do pouco caso que nos dão e de como os nossos filhos se comportam mal. Ainda são crianças.

Seria muito melhor para a nossa relação, se conseguíssemos recuperar essa sensação de adoração que sentíamos por nossos filhos quando ainda eram uns bebezinhos. Ficávamos olhando para eles, abobalhados e ao lado deles, nos derretíamos.

Você sente falta desta sensação, não é?

Que tal fazermos uma viagem ao futuro? Vem comigo?

Imagine-se ao lado do seu filho nos próximos 20 ou 30 anos, quando ele for um adulto. O que você acha que pensará quando puxar da sua memória as recordações dele quando ainda era só uma criança?

Será somente aí que talvez se dê conta do pouco que você aproveitou a infância dele porque estava preocupado em ter tudo sob controle, pra que ele não se mexesse tanto, que se comportasse bem, para que fizesse todos os deveres, passasse de ano…

A gente demora a acreditar no tempo em que perdemos dando mais importância para as coisas que nos desagradam do que observar que, provavelmente, isso seja normal e de acordo com a idade deles.

Quer ver? Por acaso, já se deu conta da quantidade de vezes que reclamamos com nossos filhos por coisas que na verdade nem são tão importantes e as poucas vezes que nos sentamos com eles para brincar sem nada que distraia a atenção? Ou de quantas vezes os abraçamos ou sorrimos juntos? E quantas vezes você disse a eles que os ama? Ou quando foi a última vez que os admiramos com o mesmo afeto e ternura de quando eram bebezinhos? Eles ainda precisam de nós!

Quem sabe, quando a gente parar de reclamar tanto e aproveitarmos mais para ver o lado bom disso, as coisas melhoram?

As crianças são crianças porque ainda devem ser. Se na idade em que podem ser crianças e quiserem fazer as coisas próprias a sua idade, mas não puderem, quando poderão então? Aos 30 anos?

A gente sabe que o ritmo de vida atual é complicado para termos uma paciência infinita, passarmos o dia inteiro brincando e rindo com eles quando temos mil coisas para resolver e outras tantas preocupações. Mas é importante fazê-lo, estar com eles, aproveitar. Se não o fizermos, teremos filhos estátuas e continuaremos estimulando os conflitos entre pais e filhos, porque serão crianças que lutam com vontade para serem terem infância e adultos que cada vez mais estão esgotados.

Ser pais, entre muitas outras coisas, também é ser companheiros de seus filhos. Sim, companheiros. Pensamos que por sermos pais, devemos sempre ter uma carta na manga ou ter o controle absoluto de tudo, quando de fato somos exatamente iguais aos nossos filhos.

Ou vai dizer que nós, adultos, não nos aborrecemos, não choramos, não temos ataques de chilique, não nos descontrolamos e gritamos quando estamos entre amigos, não quebramos as coisas, não nos distraímos e esquecemos nossas chaves também? Claro que sim!

Se os nossos filhos nos dissessem todas as coisas que fazemos de errado ao longo do dia, não sei qual de nós teria mais coisas a dizer para quem.

Temos que entender que estamos todos no mesmo barco e que não somos superiores a eles, pois cometemos os mesmos erros ou até piores. Porque, no final das contas, as crianças ainda desfrutam dessa inocência que nós adultos já perdemos há anos.

Para conseguir esta conexão sobre a qual falamos no início, é importante entender esse princípio de igualdade. Eles aprendem como crianças a serem adultos e nós, como adultos, a sermos pais. Os dois estão aprendendo. E mais, não somente ensinamos a eles (nós como pais) mas eles como filhos nos ensinam também.

Existe algo mais lindo do que aprender com os nossos filhos?

Dê a chance de viver o processo da maternidade/paternidade enquanto você também o aproveita. Dê importância apenas ao que for importante. Ponha na balança e analise com o que realmente vale a pena se desgastar.

No dia que em eles estiverem quietos, quando se comportarem bem, quando você não ouvir mais os seus pulos e gritos, eles serão adultos e já não estarão mais com você. Aproveite o agora!

 

Traduzido e adaptado de http://criarenpositivo.es/mi-hijo-no-para-quieto-un-minuto/

Nana