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Sexualidade infantil: como lidar?

Ao ouvir ou ler sobre sexualidade infantil, surgem muitas dúvidas, perguntas, mitos ou medos.

Afinal, apesar de estarmos em pleno século XXI e com um desenvolvimento tecnológico inimaginável, com avanços surpreendentes na ciência e cada vez mais liberdades ideológicas, o assunto da sexualidade infantil ainda apresenta desafios aos pais.

Ao falar deste tema, não nos restringimos apenas a sexualidade genital. A sexualidade ou libido surge desde o momento do nascimento. A primeira coisa que os pais devem aceitar é a de que o seu filho aproveita a sua sexualidade desde o momento que nasce.

A criança busca a satisfação de seus desejos por meio de certas partes sensíveis do seu corpo. O prazer obtido por elas está diretamente relacionado com as necessidades básicas da criança: ou seja, a sensibilidade das diferentes partes do seu corpo depende do nível de desenvolvimento em que a criança se encontra.

A sensibilidade do seu corpo

 

  • Boca: A primeira parte do corpo que uma criança gosta de estimular é a boca. No primeiro momento, ela recebe o estímulo por uma necessidade básica de alimentar-se e depois busca estes estímulos não somente pelo alimento mas porque mesmo sem o interesse do alimento, ela sente prazer. Por isso é tão comum vermos os bebês colocarem o dedo, a chupeta, os brinquedos ou panos na boca.
  • Ânus: A segunda parte do corpo muito sensível é o ânus. Quando a criança está na época do controle do esfíncter , ou seja, no desfralde, adquire maior controle sobre o corpo e pode decidir quando reter e quando expulsar as fezes. Ao ter este controle, estimula esta parte do corpo e descobre o prazer nesta região. Por isso, muitas vezes, a criança resiste em ir ao banheiro pra evacuar, mesmo que sinta vontade, porque ao adiar este momento, prolonga a sensação de prazer.
  • Genitais: Aos três anos, ao manipular objetos ou ao realizar atividades como tomar banho, a criança descobre acidentalmente sensações prazerosas, como roçar seus genitais. Logo voltará a repetir mas agora com a intenção de proporcionar a si próprio o prazer novamente. Assim, com o caráter agradável destas novas sensações, a criança aprende a controlar e coordenar suas ações de tal forma que produzam sensações específicas que ela busca ao estimular-se com as mãos ou usando outros objetos como animais de pelúcia ou móveis.Os genitais são a terceira parte do corpo que adquirem grande sensibilidade. Isto não significa que antes não é prazeroso tocar neles, entretanto, ao poder estimulá-los com maior liberdade, graças ao seu melhor controle dos movimentos, o prazer genital chega ao seu ápice.

                                                                                                 Corpo alheio

            Também é natural que a criança tenha a curiosidade pelo corpo do sexo contrário ao seu e o de seus pais, já que através do corpo alheio reconhece o seu próprio. Por isso é tão comum as brincadeiras sexuais, como por exemplo brincar de médico na idade da pré-escola.

Convém ficar atento a essas brincadeiras, já que eles ainda não têm a consciência dos perigos com que podem deparar-se. Ao introduzir objetos na vagina, no ânus ou simplesmente se machucarem ao realizar movimentos bruscos.

O importante é que reconheçamos a sexualidade de nossos filhos e entendamos como parte de um dos processos naturais da infância.

Nós, como pais, devemos observar o momento em que essa curiosidade natural da criança surgirá e tentarmos trata-la da maneira mais natural possível, evitando comentários com noções de que a sexualidade é algo pecaminoso ou recriminatório. Afinal, este momento faz parte do autoconhecimento infantil. Lembrem-se de que quanto mais “tabus” gerarmos sobre algum assunto, mais a criança passa a se interessar sobre, afinal tudo o que é desconhecido, chama a atenção deles.

Tentem tratar de modo natural, a partir do momento em que eles demandarem as perguntas / o interesse sobre o tema. E se vocês não se sentirem à vontade pra responder ou não souberem como fazer, procure um auxílio profissional com alguém que trate do assunto de forma objetiva e sem mistérios.

 

Nana.

 

Publicado originalmente em Bebé Momentum (Ano 8, número 89), texto de Montserrat Ferragut – Tradução e adaptação livres: Mãe Só Tem Uma. Os direitos Autorais no Brasil são regulamentados pela Lei 9.610. A violação destes direitos está prevista no artigo 184 do Código Penal. Este artigo pode ser publicado em outros sites, sem prévia autorização, desde que citando o autor e a fonte.